• Carregando...
Policiais do Iêmen colhem provas de atentado na capital do país | Mohammed Huwais/AFP
Policiais do Iêmen colhem provas de atentado na capital do país| Foto: Mohammed Huwais/AFP

Ofensiva do terror

As mais recentes ações da Al-Qaeda no país:

26.fev – 26 pessoas morreram em um atentado ao palácio presidencial na cidade de Mukalla.

4.mar – 107 soldados são mortos em ataque a uma base militar.

7.mai – Atiradores matam 22 militares em dois postos militares no sul do país.

Fonte: Folhapress

O ataque de um homem-bomba durante os ensaios para uma parada militar matou 96 soldados e feriu pelo menos 200 pessoas em Sanaa, capital do Iêmen.

A Al-Qaeda na Península Arábica, braço mais ativo do grupo terrorista e que opera no país, assumiu a autoria da ação em e-mail enviado a BBC, mas até ontem à noite não havia confirmado a informação nos seus sites onde costuma publicar as suas operações.

O ataque é mais um indicador das dificuldades enfrentadas pelo país após a onda de revoltas iniciada no ano passado que derrubou em fevereiro o ditador Ali Abdullah Saleh. Ele estava havia 33 anos no poder.

A parada militar, marcada para hoje com o objetivo de celebrar a unificação do país em 1990, seria um evento para mostrar a força do governo do presidente interino Abd-Rabbu Mansour Hadi.

Trata-se do mais violento ataque ocorrido na cidade nos últimos meses. "Foi um verdadeiro massacre", disse Ahmed Sobhi, um dos soldados que estava no local. "Há corpos despedaçados por todo lado. É inacreditável."

De acordo com testemunhas, o ataque foi realizado por um homem que estava vestido de militar e aconteceu momentos antes de o ministro da Defesa, Nasser Ahmed, saudar as tropas. O ministro, que estava a cerca de 30 metros da explosão, não teria ficado ferido.

A ação chama ainda mais atenção porque um único homem conseguiu matar tantas pessoas. A explosão não teria sido grande, mas a pouca distância de suas vítimas tornou-a ainda mais letal.

"Cinquenta pessoas morreram bem ali no local", afirmou ao jornal britânico Guardian o coronel Mohammed al-Kibsi, apontando para as marcas deixadas pela bomba no asfalto.

Além de ser o maior ataque em Sanaa nos últimos anos, o atentado indica uma mudança nas operações da Al-Qaeda, já que até então ela havia priorizado ações contra militares em regiões mais remotas, não na capital.

ReaçãoGrupo ligado à Al-Qaeda diz que atentado foi retaliação aos EUA

Um porta-voz do grupo Ansar al-Sharia, afiliado da Al-Qaeda, afirmou à rede norte-americana de tevê ABC que o atentado na capital do Iêmen foi uma retaliação pelas ações do Exército iemenita e pelos ataques dos drones (avião não tripulado) dos EUA no sul do país.

Segundo o porta-voz, o ataque foi uma mensagem aos Estados Unidos e aos "instrumentos dos americanos".

Ajudadas pelos drones dos EUA, as tropas do Iêmen têm intensificado nas últimas semanas as operações contra a Al-Qaeda para reassumir o controle no sul do país.

Um dos líderes do grupo terrorista foi morto no início do mês por um míssil quando saia do carro. Foi no Iêmen que o grupo terrorista planejava novo atentado contra um avião que ia para os EUA – a ação foi desmantelada pela inteligência americana recentemente.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]