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islamofobia

Ataque deve aprofundar “guerra cultural” na Europa

Marine Le Pen: líder da Frente Nacional defende resposta forte | Ian Langsdon/Efe
Marine Le Pen: líder da Frente Nacional defende resposta forte (Foto: Ian Langsdon/Efe)

O ataque contra o Charlie Hebdo, que zombou do islamismo, pode dar combustível aos movimentos anti-imigração em toda a Europa e inflamar a "guerra cultural" sobre a posição da religião e da identidade étnica na sociedade.

A primeira reação na França às mortes na redação do jornal foi uma efusão de apoio à unidade e liberdade de expressão nacional. Mas isso parece provável que seja pouco mais do que um cessar-fogo momentâneo em um país dominado pelo mal-estar econômico e alto desemprego. A França tem a maior população muçulmana da Europa e está no meio de uma discussão intensa sobre a identidade nacional e o papel do Islã.

"Esse ataque certamente vai acentuar a crescente islamofobia na França", diz Olivier Roy, cientista político e especialista em Oriente Médio do Instituto da Universidade Europeia em de Florença.

Um livro do jornalista Eric Zemmour intitulado Le Suicide Français (O Suicídio Francês), argumentando que a imigração muçulmana em massa está entre os fatores que vêm destruindo os valores seculares franceses, foi o ensaio mais vendido de 2014.

Essa efervescência intelectual se mistura à ansiedade na população com a radicalização de centenas de muçulmanos franceses que se uniram aos combatentes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, e que as autoridades temem que possam provocar ataques ao retornarem à França.

A Frente Nacional, de extrema-direita, não perdeu tempo em vincular o ato mais letal de violência política em décadas à imigração e exigir um referendo para restabelecer a pena de morte. A líder do partido, Marine Le Pen, que as pesquisas colocam em 1.º lugar se a eleição presidencial fosse hoje, disse que o "fundamentalismo islâmico" declarou guerra à França e que isso exige uma ação forte.

Embora ela tenha tido o cuidado de fazer distinção entre os cidadãos muçulmanos que compartilham valores franceses e "aqueles que matam em nome do Islã", seu pai, o fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, e seu vice, Florian Philippot, foram menos cautelosos. "Qualquer um que diga que o radicalismo islâmico não tem nada a ver com a imigração está vivendo em outro planeta", disse Philippot à rádio RTL.

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