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oriente médio

Ataque do Hamas marca cúpula pela paz

Obama e o presidente Mahmoud Abbas iniciam conversas: conquista de acordo de paz seria marco na Presidência do norte-americano | Chris Kleponis/AFP
Obama e o presidente Mahmoud Abbas iniciam conversas: conquista de acordo de paz seria marco na Presidência do norte-americano (Foto: Chris Kleponis/AFP)
Entenda mais sobre os principais pontos de conflito |

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Entenda mais sobre os principais pontos de conflito

Washington e Jerusalém - O presidente Barack Obama deu a largada ontem para a retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos com uma série de encontros bilaterais em Washington, iniciadas sob a sombra do ataque que matou quatro colonos judeus na Cisjordânia na terça-feira.

Em suas primeiras declarações, logo após se reunir com o premier israelense, Benjamin Ne­­tanyahu, Obama condenou a "matança sem sentido" e manteve a pressão pelas conversações de hoje, as primeiras diretas entre os dois lados há 20 meses.

"A tragédia na qual as pessoas foram atacadas na rua por terroristas que tentam atrapalhar es­­tas negociações são exemplo da­­quilo contra o que lutamos", dis­­se Obama.

"Os EUA vão se manter firmes em seu apoio à segurança de Israel e vamos reagir contra esse tipo de atividade terrorista."

O grupo radical palestino Ha­­mas assumiu a responsabilidade pelo atentado.

Obama caminhava em uma linha tênue nos esforços para trazer os dois lados à mesa. A cúpula está sendo vista como sua maior e mais arriscada aposta até agora para um acordo que leve à criação de um Estado palestino ao lado de Israel.

Há dúvidas sobre o quanto se pode avançar em direção a um acordo final só com o presidente da Autoridade Nacional Pales­­ti­­na (ANP), Mahmoud Abbas, que li­­dera os palestinos na Cisjor­­dâ­­nia. O Hamas, considerado terrorista pelos EUA, não participa da cúpula, apesar de controlar a Fai­­xa de Gaza.

Concessões

Único representante da enfraquecida esquerda israelense num gabinete dominado por conservadores, o ministro da Defesa, Ehud Barak, admitiu concessões num dos pontos mais sensíveis das negociações com os palestinos, o controle de Jerusalém.

Em entrevista ao jornal Ha­­aretz, Barak disse que certas partes da cidade poderão ser cedidas.

"Jerusalém Ocidental e 12 bairros judeus que abrigam 200 mil residentes serão nossos. Os bairros árabes, onde perto de um quarto de milhão de palestinos vivem, serão deles", disse Barak.

"Haverá um regime especial para a cidade velha, o monte das Oliveiras e a cidadela de David."

A declaração surpreende por contrastar com a defendida por Ne­­tanyahu e grande parte do gabinete, de que Jerusalém ja­­mais será dividida.

Um assessor do governo reagiu rapidamente às declarações, mantendo a atitude monolítica sobre Jerusalém – a de que ela "seguirá a capital indivisível de Israel".

Em Washington, Netanyahu também endureceu sua oferta inicial sobre a questão considerada central pelos palestinos, os as­­sentamentos nos territórios ocupados.

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