A representante do Repórteres sem Fronteiras, Claire San Filippo, afirmou ao GLOBO que o ataque à revista Charlie Hebdo nesta segunda-feira foi totalmente inesperado e o país está em choque. Segundo ela, trata-se do mais grave atentado contra jornalistas dos últimos 30 anos na França.
Como a entidade classifica o atentado contra a Charlie Hebdo?
Foi extremamente raro e o mais grave dos últimos 30 anos contra jornalistas no país. Foi um dia negro para a liberdade de informação e para nosso país. Estamos profundamente chocados por esse ataque terrorista, que utilizou armas pesadas. É o tipo de violência que ocorre no Iraque, na Somália e no Paquistão, quem poderia esperar que ocorresse na França?
Mas a revista já vinha recebendo uma série de ameaças. Eles tinham proteção suficiente?
Charlie é uma revista satírica que havia sido vítima de um ataque com bomba incendiária em 2011 e desde então vinha recebendo reforço policial. Na época, ficamos inquietos, não houve vítimas, mas o local foi devastado. Não temos informações sobre se o local tinha proteção suficiente.
O que vai mudar daqui para frente para a imprensa?
Ainda não sabemos. É preciso estar vigilantes. O presidente François Hollande elevou para máximo o alerta de segurança contra atentado terrorista e os jornais receberam reforços. O "Charlie era reconhecido em toda a França. Ninguém esperava um atentado dessa magnitude, contra jornalistas e contra a liberdade de informação.
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