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Barbárie

Ataque em universidade dos EUA mata pelo menos 33 pessoas

Coluna de poeira pode ser vista claramente sobre a superfício do planeta | Divulgação/Nasa
Coluna de poeira pode ser vista claramente sobre a superfício do planeta (Foto: Divulgação/Nasa)

Pelo menos 33 pessoas morreram nesta segunda-feira em dois tiroteios ocorridos no campus de Blacksburg, da Universidade Técnica da Virgínia, em meio a uma caótica situação que levou ao esvaziamento do centro e ao cancelamento das aulas, informaram as autoridades, no maior ataque da História contra universidades dos EUA. Ao menos 20 pessoas ficaram feridas, entre elas quatro em estado gravíssimo.

O primeiro ataque ocorreu num alojamento às 7h15m (8h15m no horário de Brasília). Tiros foram disparados em várias áreas da instalação, matando duas pessoas e deixando várias outras feridas. Duas horas depois, de acordo com a CNN, um novo tiroteio ocorreu no Norris Hall, o prédio de engenharia, matando pelo menos 30 pessoas. Algumas vítimas foram atingidas dentro da sala de aula, disse a polícia.

Segundo o reitor da universidade, Charles Steger, o autor da chacina está entre os mortos. O "Jornal Nacional", da Rede Globo, afirmou que ele se suicidou com um tiro na cabeça, o que deixou seu rosto desfigurado. O chefe da polícia da universidade, Wendell Flinchum, não informou a idade, nacionalidade ou identidade do atirador, nem as armas que ele usou.

- Tudo o que posso dizer a vocês é que é do sexo masculino - afirmou. - Ele não levava identificação consigo, e estamos no processo de tentar fazer tal identificação.

O homem que abriu fogo na universidade teria entrado no campus fortemente armado e procurando sua namorada, informou a rede Sky News. Testemunhas disseram à emissora que o suspeito, que seria de origem asiática e na faixa dos 20 anos, pôs alunos em linha e abriu fogo indiscriminadamente. De acordo com a polícia não houve troca de tiros entre agentes e o agressor.

Um vídeo feito por um aluno de jornalismo é exaustivamente repetido nas TVs americanas, mostrando as pessoas correndo pelo campus, sob o ruído de mais de 20 disparos.

- A universidade está comovida e horrorizada (...) Ofereço meus mais profundos e sinceros pêsames aos familiares das vítimas - disse em entrevista coletiva Charles Steger, presidente da universidade.

Especialistas iniciaram o processo de identificação das vítimas, na grande maioria alunos. Muitos estudantes ainda estão em estado de choque e aos poucos contam o que faziam no momento dos ataques.

Críticas à atuação das autoridades da universidade

Durante as duas horas que se seguiram ao primeiro tiroteio, os alunos começaram a sair outra vez. A polícia estava investigando o incidente dos alojamentos quando recebeu a notícia de que havia mais tiros num prédio com salas de aula.

O aluno Justin Merrifield disse à Reuters que estava em frente ao alojamento West Ambler às 9h quando viu policiais e um colega gritando, mas não percebeu a magnitude da crise até chegar à sua aula das 10h.

Merrifield disse que os alunos eram alertados por alto-falantes do campus.

- Havia uma voz que só ficava repetindo basicamente: 'Atirador no campus, não saiam ao ar livre, fiquem longe das janelas', uma vez depois da outra - disse Merrifield.

Muito questionado por causa da reação inicial da universidade aos primeiros disparos, o reitor disse que houve esforços para alertar os alunos, mas que era impossível avisar milhares de pessoas que estavam se deslocando pelo campus àquela hora.

- Não tínhamos nenhuma razão para suspeitar que algum outro incidente iria ocorrer - afirmou Steger.

O aluno Jason Piatt criticou a atuação dos funcionários.

- Estou bastante ultrajado que alguém tenha morrido num tiroteio num alojamento às 7h e que o primeiro email a respeito não fizesse menção a interditar o campus, nenhuma menção a cancelar as aulas - afirmou ele à CNN. - Eles só disseram que estavam investigando os disparos. Isso é bastante ridículo. Enquanto isso, enquanto mandavam esse email, 21 pessoas eram mortas.

Os tiroteios acontecem apenas três dias após uma ameaça de bomba ao campus, que forçou o cancelamento das aulas no Torgersen Hall, na última sexta-feira. Ainda segundo a CNN, citando o periódico "The Roanoke Times", ameaça semelhante fora feita no dia 2 de abril.

Tiroteio no ano passado

Esta foi a segunda vez em menos de um ano que a universidade precisou ser fechada por causa de tiroteios. Em agosto do ano passado um presidiário teria se escondido no campus. O policial que fazia buscas pelo fugitivo foi morto na saída da universidade.

O ataque desta segunda-feira revive o horror de 1999, quando Dylan Klebold e Eric Harris mataram a tiros 12 alunos e um professor antes de se matarem em Columbine High School, na cidade de Littleton, no Colorado. A ação em Columbine, que foi tema de um documentário de Michael Moore, completa oito anos dia 20.

Em comunicado em seu site, a universidade disse que as aulas foram canceladas. Os que ainda estiverem no campus devem, de acordo com a universidade, ficar onde estão, se trancarem e ficarem longe das janelas.

A Virginia Tech, com 26 mil alunos e cerca de cem prédios em pouco mais de mil hectares, fica na cidade de Blacksburg, numa colina no sudoeste do estado, a cerca de 390 quilômetros de Washington.

As aulas estão suspensas na segunda e terça-feira, e psicólogos estão sendo levados para ajudar os alunos.

O número de ataques a estabelecimentos de ensino nos EUA vem aumentando desde a década de 90.

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