Pelo menos quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas em um ataque em frente ao Parlamento britânico nesta quarta-feira (22), em Londres. Um homem atropelou pedestres na ponte de Westminster e, em seguida, esfaqueou um policial, que acabou morrendo. Duas pessoas também tiveram as mortes confirmadas em decorrência do atropelamento, enquanto pelo menos outras 20 ficaram feridas, 12 delas em estado grave. A quarta morte confirmada foi a do agressor, baleado pela polícia após o ataque. A polícia britânica trata o caso como um ataque terrorista.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o agressor atingiu vários pedestres enquanto dirigia um veículo Hyundai i40 em alta velocidade pela ponte Westminster, antes de colidir nas proximidades do Parlamento. Ele então atravessou os portões do palácio e esfaqueou o policial. De acordo com testemunhas, ele foi baleado quando se aproximava um segundo policial. Vestido de preto e armado com duas longas facas, o suspeito agia sozinho. Fontes policiais o descreveram como um homem asiático de meia idade.
A polícia de Londres confirmou quatro mortes, incluindo a do policial e do agressor. Entre os feridos estão uma mulher resgatada em estado grave após se jogar no rio Tâmisa, quatro universitários britânicos, três policiais que retornavam de uma solenidade, três estudantes franceses em viagem escolar e dois turistas romenos.
A Scotland Yard anunciou ter sido chamada por volta das 14h40 (11h40 de Brasília) devido a um “incidente na Westminster Bridge relacionado com armas de fogo”. A polícia confirmou mais tarde que considerava o ocorrido um incidente “terrorista” até “que se prove o contrário”. Um porta-voz de Downing Street indicou que a primeira-ministra Theresa May estava “segura”.
May fez um breve pronunciamento diante da sede do Executivo. A premiê afirmou que a escolha do local para o ataque não foi casual, lembrando que o Parlamento britânico é o mais antigo do mundo. “O Parlamento britânico representa a democracia”, afirmou May, ressaltando que os britânicos não cederão diante do terrorismo e de extremistas. A premiê informou que o Parlamento reabrirá normalmente nesta quinta (23), também em uma prova da resistência do país e de que as coisas seguirão como antes. Ela ressaltou que qualquer tentativa de ir contra os valores democráticos do país iria fracassar. May ainda agradeceu o trabalho das forças de segurança no episódio e lamentou as vítimas, entre elas um policial.
Medidas de segurança
Toda a área no entorno do Parlamento foi bloqueada. A estação de metrô de Westminster foi fechada, anunciou um porta-voz da Transport for London. Uma das principais atrações turísticas de Londres, a roda gigante “London Eye” também chegou a ser fechada com os turistas a bordo.Em sua conta no Twitter, a equipe da atração turística informou que a medida foi tomada por precaução e que mais tarde as pessoas foram retiradas com segurança. A “London Eye” foi fechada ao público e por enquanto não há previsão de reabertura.
No Parlamento escocês em Edimburgo, os debates sobre o referendo da independência foram suspensos após o anúncio do incidente em Londres. Um oficial da segurança afirmou que a polícia escocesa estava revendo a segurança em Holyrood, o bairro de Edimburgo onde o Parlamento escocês está localizado.
A Scotland Yard anunciou no início de março que os serviços de segurança britânicos tinham “frustrado treze tentativas de ataque terrorista desde junho de 2013” no Reino Unido.
O nível de alerta terrorista no Reino Unido foi elevado desde agosto de 2014 a “grave”, o quarto em uma escala de 5. Após os ataques de novembro de 2015 na França, a polícia anunciou a mobilização de mais 600 policiais armados em Londres, levando o total a 2.800.
Reações
As primeiras reações internacionais ao ataque começavam a surgir. O presidente americano, Donald Trump, telefonou para May, segundo o porta-voz da Casa Branca, que afirmou “condenar o ataque de Westminster que o Reino Unido considera um ato terrorista”, assegurando Londres do pleno apoio de Washington.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou seu apoio “aos amigos britânicos e a todos os habitantes de Londres”. Ela ressaltou ainda que “a Alemanha e seus cidadãos estão resolutamente ao lado dos britânicos na luta contra toda a forma de terrorismo”.
Já o presidente francês, François Hollande, expressou solidariedade e apoio aos britânicos. “Expressamos em nome da França toda a nossa solidariedade e todo o nosso apoio ao povo britânico e à primeira-ministra Teresa May”, declarou o chefe de Estado em um breve discurso, acrescentando “o terrorismo atinge a todos nós. A França, que foi atingida recentemente, conhece o sofrimento do povo britânico hoje”.