Forças francesas atingiram veículos militares pertencentes a tropas leais ao líder marfinense em exercício, Laurent Gbagbo, durante uma missão com helicópteros que resgatou o embaixador do Japão na Costa do Marfim nesta quinta-feira.
Os franceses atacaram depois que soldados de Gbagbo invadiram a residência onde o embaixador Yoshifumi Okamura e seu funcionários haviam se abrigado dentro de um cômodo de segurança, disse Thierry Burkhard, porta-voz das Forças Armadas.
As forças francesas, que já contribuíram com investidas de helicópteros para destruir o armamento pesado de Gbagbo, também atingiram duas picapes pertencentes aos homens armados que tentaram invadir a residência do embaixador francês na ex-colônia da França.
Os ataques aconteceram quando forças leais ao presidente eleito Alassane Ouattara faziam cerco à residência do próprio Gbagbo após uma tentativa de retirá-lo de seu bunker na quarta-feira se deparar com uma resistência encarniçada.
Os combates continuaram na capital econômica Abidjan à medida que as forças de Ouattara tentavam depor Gbagbo, que se recusou a ceder o poder depois de perder a eleição presidencial de novembro para Ouattara, de acordo com resultados sancionados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Disparos esporádicos de armas de fogo podiam ser ouvidos vindos do palácio presidencial de Gbagbo no distrito de Plateau nesta quinta-feira, uma semana após a chegada dos soldados de Ouattara à cidade.
Acredita-se que Gbagbo esteja escondido em sua residência pessoal, localizada em uma rua sem saída no coração de Cocody, bairro de classe alta que sedia embaixadas.
O embaixador japonês disse que mercenários irromperam em sua residência. Burkhard afirmou que apoiadores de Gbagbo montaram lançadores de foguetes no teto do edifício.
"Fiquei bloqueado em meu quarto e essas pessoas tomaram minha residência", declarou Okamura.
Tropas francesas desceram do helicóptero por meio de cordas antes mesmo de pousar e Okamura foi levado a bordo.
Burkhard disse que as forças francesas, que levaram tiros, dispararam de volta para se defender, destruindo pelo menos um blindado e duas caminhonetes. Nenhum soldado francês foi ferido, mas um funcionário japonês se machucou.
O ministro da Defesa, Gérard Longuet, disse ao Senado francês que Gbagbo tem cerca de mil homens, 200 dos quais em sua residência.
Entre eles estão a temida Guarda Republicana e milícias jovens dotadas de armamento pesado, que repeliram um ataque dos homens de Ouattara na quarta-feira depois que conversas entre a ONU e a França para garantir a saída de Gbagbo fracassaram.
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