Pelo menos 11 pessoas pessoas morreram neste sábado (25) em um ataque com explosivos e arma automática em um hotel de Mogadíscio, capital da Somália. A ação foi reivindicada nas redes sociais por insurgentes islamitas shebab.
“As forças especiais terminaram a operação depois de terem matado três agressores no interior do hotel. Onze civis, entre eles dois médicos, morreram”, declarou à imprensa o porta-voz do ministro da Segurança, Abdi Kamil Shukri.
Além dessas vítimas, o ataque deixou vinte feridos, segundo as autoridades. O balanço anterior era de pelo menos cinco mortos, entre eles três agentes das forças de segurança.
“O tiroteio começou depois de uma grande explosão”, afirmou Abdihafid Mudey, que mora próximo ao hotel Naasa Hablood. “Não sabemos o que está acontecendo porque estamos no chão, como forma de proteção”, completou.
Fontes das forças de segurança confirmaram à AFP que o estabelecimento era alvo de um ataque, mas sem revelar detalhes.
Às 16h30 (10h30 no horário de Brasília), os correspondentes da AFP em Mogadíscio ouviram uma forte explosão. Um fotógrafo se aproximou do local e ouviu tiros de armas automáticas que procediam da direção do hotel.
O ataque aconteceu pouco mais de três semanas depois de uma ação contra o hotel Ambassador, em 1º de junho, que deixou 10 mortos.
O Naasa Hablood é um local que recebe políticos. O estabelecimento fica na altura do quilômetro quatro, na zona norte da capital.
Nos últimos meses, os islamitas shebab, que desejam derrubar o governo somali, intensificaram os ataques contra restaurantes e hotéis de Mogadíscio.
Mesmo modo de operação
Os ataques contra hotéis executados pelos shebab têm o mesmo estilo. Um carro-bomba avança contra o local e depois um grupo armado entra no estabelecimento para matar os clientes e funcionários.
No dia 1º de novembro de 2015, 12 pessoas morreram da mesma forma no ataque do hotel Sahafi, situado no centro de Mogadíscio e frequentado por parlamentares, funcionários públicos e homens de negócios.
No final de fevereiro, o hotel YSL, situado no centro da capital, foi atacado com um carro repleto de explosivos, mas não conseguiram entrar no local.
A força da União Africana na Somália (Amisom) expulsou os shebab de Mogadíscio em agosto de 2011.
Os rebeldes perderam vários redutos, mas continuam controlando zonas rurais, de onde executam operações de guerrilha e atentados suicidas. Às vezes os ataques ocorrem até na capital, contra os símbolos do frágil governo somali ou contra a Amisom.
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