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Guerra na Ucrânia

Novos ataques ao centro de Kharkiv deixam pelo menos 5 mortos e 13 feridos

Bombeiros tentam apagar incêndio causado por ataque russo em Kharkiv, em 17 de abril de 2022. (Foto: Sergey Kozlov/EFE/EPA)

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Pelo menos cinco pessoas morreram nas últimas horas em uma série de ataques no centro de Kharkiv, segundo informações das autoridades locais desta cidade no leste da Ucrânia, onde as tropas russas estão aparentemente preparando uma grande ofensiva. Outras 13 pessoas ficaram feridas nos ataques ocorridos neste domingo, segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform.

Kharkiv, a segunda maior cidade do país, sofre ataques aéreos há vários dias. No sábado, o impacto de um míssil russo em um local utilizado pela ONG World Central Kitchen (WCK), fundada pelo chef espanhol José Andrés, a chamada “cozinha solidária” para civis ucranianos, deixou quatro feridos. O diretor da ONG, Nate Mook, relatou o ataque no Twitter, mostrando imagens do local e concluindo que “cozinhar é um ato heroico de coragem”.

Apesar do ataque, a ONG manteve a “cozinha solidária” em funcionamento. “Nosso trabalho continua. O pessoal do restaurante está se deslocando com sua comida e a equipe não afetada para outro local em Kharkiv”, disse Mook no Twitter, publicando imagens de seus colegas carregando o material em um caminhão. Mook afirmou que os feridos “estão se recuperando bem” e que toda a equipe quer continuar seu trabalho “com coragem”.

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A ONG fundada por José Andrés atua em diferentes partes da Ucrânia praticamente desde o início da invasão e oferece comida quente gratuita para deslocados e outros civis afetados pelo conflito. O próprio chef espanhol esteve nos últimos dias na região de Kiev, depois de ter começado o seu trabalho nas cidades da Polônia aonde chegaram os primeiros refugiados, de onde seguiu depois para outras partes da Ucrânia.

Ucranianos resistem em Mariupol apesar de ultimato russo

O Estado-Maior do Exército ucraniano informou neste domingo que movimentos significativos de tropas foram detectados nas regiões orientais, especialmente na estratégica cidade portuária de Mariupol. O comando militar russo impôs um ultimato às tropas ucranianas para se renderem, com garantias de que suas vidas seriam poupadas. O ultimato expirou no início da madrugada de domingo; segundo fontes ucranianas, não houve rendição, enquanto o lado russo afirma que Kiev proibiu seus militares de entregar suas armas.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, afirmou que, de acordo com declarações dos militares ucranianos que entregaram prisioneiros, o grupo sitiado na siderúrgica Azovstal, em Mariupol, tem em suas fileiras até 400 mercenários estrangeiros. “A maioria deles são cidadãos de países europeus, e também do Canadá”, acrescentou, para advertir que “se continuarem resistindo, serão todos aniquilados”, disse.

Konashenkov afirmou que, desde o início da “operação militar especial” russa (como Moscou se refere à invasão da Ucrânia), 6.824 mercenários estrangeiros de 63 Estados chegaram à Ucrânia. “O maior grupo veio da Polônia: 1.717 pessoas. Cerca de 1,5 mil mercenários vieram dos Estados Unidos, Canadá e também da Romênia. Da Grã-Bretanha e Geórgia, 300 de cada um desses países”, acrescentou Konashenkov. Os militares russos, no entanto, também usam o mesmo recurso e contam com ao menos 193 mercenários de regiões sírias controladas pela Turquia. “Lembro que os mercenários estrangeiros não têm o estatuto de combatentes de acordo com o direito humanitário internacional. Eles vieram para a Ucrânia para ganhar dinheiro matando eslavos. É por isso que o melhor que os espera são sanções criminais e longos anos de prisão”, advertiu o porta-voz russo.

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O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, afirmou neste domingo que “a cidade [Mariupol] não caiu. Nossos soldados ainda estão lá e vão lutar até o fim”, em entrevista à emissora americana ABC. O primeiro-ministro disse que algumas áreas de Mariupol permanecem “sob controle ucraniano”, lamentando que a cidade esteja passando por uma “enorme catástrofe humanitária” como resultado do cerco russo.

O governo da cidade sitiada estima que 21 mil pessoas tenham morrido no local desde o início da invasão russa; a Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano disse que os russos implantaram até 13 crematórios móveis em Mariupol para remover os corpos de civis assassinados das ruas. Outros 100 mil cidadãos permanecem presos em Mariupol. De acordo com Shmygal, os cidadãos que continuam na cidade “não têm água, comida, aquecimento ou eletricidade”; o premiê pediu aos aliados da Ucrânia que “ajudem a parar” esta crise. Hoje não foram abertos corredores humanitários para a evacuação de civis de nenhuma das regiões sitiadas da Ucrânia, depois de Kiev ter afirmado que o lado russo não ofereceu garantias de segurança para estas operações.

A estratégica Mariupol, próxima ao Mar de Azov, é um dos principais objetivos dos russos em seu esforço para obter o controle total da região de Donbas e formar um corredor terrestre no leste do país a partir da anexada península da Crimeia.

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