Duas portuguesas foram assassinadas nesta terça-feira (28) durante um ataque a um centro ismaelita — de muçulmanos xiitas — em Lisboa cometido por um homem armado com uma faca que foi rendido a tiros pela polícia, segundo informaram fontes oficiais.
A polícia confirmou que há "vários feridos", mas não especificou o número ou a gravidade, embora a imprensa local indique que há pelo menos quatro pessoas com ferimentos graves, incluindo um professor da instituição.
As vítimas mortais, duas mulheres de nacionalidade portuguesa e com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos, trabalhavam no centro quando ocorreu o ataque, segundo a emissora pública RTP, que afirmou ainda que o agressor é de origem afegã.
Uma das vítimas mortais do ataque ocorrido no centro ismaelita de Lisboa era professora do agressor, enquanto a outra era uma colega desse homem de origem afegã, segundo informaram os meios de comunicação locais.
O agressor, um afegão na casa dos 40 anos, vive em Odivelas — na área metropolitana de Lisboa —, há um ano, é pai de três filhos e sua mulher morreu em um campo de refugiados na Grécia, segundo detalhou o jornal Correio da Manhã. O homem conhecia bem o centro ismaelita porque fazia aulas na instituição.
Omed Taeni, membro da Associação da Comunidade Afegã de Lisboa, declarou à emissora que o agressor não confraternizava com residentes afegãos e "parece que tinha problemas psicológicos" após a morte da mulher na Grécia.
A polícia portuguesa informou que recebeu o primeiro aviso do ataque minutos antes das 11h (hora local, 7h de Brasília) e os agentes encontraram o afegão armado com uma faca de grandes dimensões.
"Foram dadas ordens ao agressor para parar o ataque, este desobedeceu e avançou com a faca na mão na direção dos policiais", que "recorreram a armas de fogo, atingindo e neutralizando o agressor", detalhou um comunicado oficial.
O agressor foi ferido nas pernas e está internado em um hospital sob custódia da polícia.
Ao ser informado do ataque, o primeiro-ministro português, António Costa, declarou que “tudo indica que foi um ato isolado, mas não vamos nos antecipar”.
Por sua vez, o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu suas condolências à comunidade ismaelita de Lisboa e ressaltou que “estão em curso investigações para esclarecer o sucedido”.
O Centro Ismaelita de Lisboa foi construído pela Fundação Aga Khan, abriu suas portas em 1998 e está localizado na Avenida Lusíadas da capital portuguesa, perto de dois hospitais e também perto de um grande centro comercial.
O centro de Lisboa, um dos poucos internacionais da comunidade ismaelita, funciona como local de culto.
A polícia isolou a área com um forte dispositivo de segurança em que participa a unidade antiterrorista da Polícia Judiciária, embora o governo português não tenha confirmado se o ataque pode ser classificado como atentado terrorista.
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