Oficiais e autoridades sêniores afegãos foram mortos no Afeganistão, incluindo um proeminente político de Uzbequistão e comandantes da polícia e do exército, vítimas de um ataque suicida que ocorreu num casamento neste sábado, 14.
Os incidentes aconteceram em áreas relativamente pacíficas do país, renovando temores de intensificação dos conflitos quando a retirada da maior parte das tropas estrangeiras estiver concluída em 2014.
Ahmad Khan Samangani, membro do Parlamento afegão, foi morto na explosão em uma festa de casamento em Aybak, capital da província de Samangan. Segundo informações de autoridades locais, um homem-bomba detonou seus explosivos na recepção onde a vítima recebia os convidados. Vinte e duas pessoas, incluindo Samangani, morreram. Outras 60 ficaram feridas.
Foram mortos também Sayed Ahmad Sami, um policial de alto escalão do oeste do Afeganistão e o comandante Mohamadullah, chefe do exército no norte do país.
O Ministério do Interior do Afeganistão informou que várias outras pessoas proeminentes foram mortas em ataques, incluindo o chefe da inteligência provincial e ex-comandante sênior da guerrilha contra os soviéticos, e um ex-governador da província do norte de Sar-e-Pul.
Assassinatos
Em incidente paralelo, uma autoridade foi assassinada na sexta-feira no oeste do Paquistão. O governador de Shindand foi morto a tiros por um desconhecido, que estava sobre uma motocicleta, na volta para casa das orações em uma mesquita local.
Shindand é o local da maior base aérea que deverá funcionar como centro de treinamento para a nova força afegã. Em assassinato similar no sul do Afeganistão, autoridades disseram que Rahmatullah, chefe de um distrito policial, também foi morto por dois homens armados em uma motocicleta.
No leste do Afeganistão, Hanifa Safi, chefe do departamento de assuntos da mulher na província de Laghman, morreu na explosão de uma bomba controlada remotamente. Autoridades disseram que a bomba, colocada em seu carro, deixou seu marido e filha feridos, junto a outras seis vítimas.
O Taliban, movimento insurgente de etinia Pashtun com uma longa história de conflito com os grupos étnicos de minoria do Afeganistão, descartou responsabilidade pelo ataque que matou Samangani. "Não estamos cientes sobre quem o matou", disse um porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid. "Ele era uma pesssoa controversa e com muito inimigos, portanto, não sabemos quem está por trás do assassinato", acrescentou.
Samangani foi um líder conhecido durante a guerra contra a ocupação soviética na década de 1980 e na guerra civil que se seguiu. Autoridades norte-americanas descartam a possibilidade de uma nova guerra civil.