O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Afeganistão, o libanês Wabel Abdullah, está entre as 21 vítimas mortas do ataque suicida feito na sexta-feira contra um restaurante em Cabul, informou ontem a agência local AIP.
Pelo menos 13 das vítimas mortas eram estrangeiras, segundo a fonte, que informou que entre elas há vários canadenses, russos e britânicos, assim como alguns representantes da ONU, cujas nacionalidades não foram especificadas.
O cenário do ataque foi um famoso restaurante de comida libanesa situado na área onde se concentra a maioria das embaixadas e representações de organismos internacionais, e que é frequentado por expatriados durante o fim de semana.
Segundo o chefe da polícia de Cabul, Mohammed Zahir, três terroristas participaram do atentado, mas apenas um detonou sua carga explosiva depois que os outros dois foram abatidos pelas forças de segurança no interior do local.
Autoria
Um porta-voz taleban, Zabihullah Mujahid, reivindicou neste sábado a autoria do ataque em nome do movimento insurgente.
Em entrevista à AIP, Mujahid elevou para 29 o número de "altos funcionários estrangeiros" que morreram no atentado.
Em comunicado posterior enviado à Agência Efe, o movimento insurgente explicou que "o ataque foi uma vingança pelos ataques estrangeiros na província de Parwan, onde há dois dias arrasaram dez casas e mataram mulheres e crianças indefesas".
Segundo as autoridades de Cabul, pelo menos oito civis morreram na operação de Parwan, liderada pelas tropas afegãs, mas na qual participaram unidades das forças da Aliança Atlântica.
A missão militar da Otan no Afeganistão emitiu ontem um comunicado no qual condena em duros termos o ataque de sexta-feira à noite.
"Quero expressar minha simpatia às vítimas e suas famílias pelo brutal atentado contra o restaurante", assinala no texto o chefe da Isaf, o general dos Estados Unidos Joseph F. Dunford, que denunciou que "os talebans mostraram mais uma vez desprezo pela vida".
Este é o último ano com presença de tropas da Otan no país, de acordo com um calendário de retirada gradual que terminará no próximo dezembro, quando as forças locais assumirão a segurança em todo o território afegão. O processo não freou a atividade insurgente nem a espiral de violência no país asiático.