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Um ataque de foguetes desfechado por forças internacionais, na madrugada desta quinta-feira, matou nove pessoas, entre as quais três crianças, disseram aldeões no Afeganistão. Autoridades locais afegãs disseram não ter informações sobre mortes. Enquanto isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta quinta-feira que está promovendo a retirada temporária de mais da metade de seus funcionários estrangeiros presentes no Afeganistão.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse que o alvo do ataque era um grupo de pessoas que, acreditam os militares ocidentais, instalava uma bomba. A Otan disse que investiga o incidente.

Os aldeões do vilarejo de Korkhashien levaram os corpos das pessoas mortas ao escritório do governador, na capital provincial de Lashkar Gah, e fotografias da Associated Press mostram os corpos de pelo menos duas crianças. O porta-voz do governo da província de Helmand, Daoud Ahmadi, confirmou o ataque no vilarejo mas disse que oito militantes do grupo fundamentalista Taleban foram mortos. O escritório do presidente afegão, Hamid Karzai, condenou o "ataque contra os civis" em comunicado. A Otan disse que um foguete disparado do solo atingiu nove pessoas que a coalizão acreditava estavam armando uma bomba.

ONU retira funcionários

A medida da ONU de retirar mais da metade dos seus funcionários estrangeiros no Afeganistão vem à tona pouco mais de uma semana depois de um mortífero ataque do Taleban a uma casa onde estavam hospedados trabalhadores da entidade internacional.

A ONU assegura, no entanto, que não tem planos de abandonar o Afeganistão, onde cerca de 100.000 soldados estrangeiros liderados pelos Estados Unidos há oito anos combatem grupos insurgentes islâmicos.

Cerca de 600 funcionários estrangeiros da entidade, de um total de 1.100, serão temporariamente enviados a outros países, disse Dan McNorton, porta-voz da ONU, à AFP em Cabul.

"As únicas pessoas que permanecerão executam tarefas consideradas essenciais. A medida visa a assegurar a segurança de todo o nosso pessoal no Afeganistão", disse o porta-voz.

Segundo ele, a retirada teria início imediato e caráter temporário.

A ONU mantém cerca de 5.600 funcionários no Afeganistão, cerca de 80% dos quais são afegãos. A retirada afetará 12% do pessoal da entidade no país asiático.

A medida será reavaliada regularmente e a expectativa é de que a situação perdure "por algumas semanas, enquanto medidas adicionais de segurança são colocadas em vigor", disse McNorton.

Por meio de nota, a ONU declarou-se "plenamente comprometida em ajudar todo o povo do Afeganistão, como tem acontecido há mais de meio século".

O anúncio ocorre oito dias depois de militantes suicidas do Taleban terem atacado um alojamento em Cabul. Cinco funcionários da ONU morreram no episódio.

O diplomata norueguês Kai Eide, chefe da missão da ONU no Afeganistão, negou a interpretação de que a retirada de parte dos funcionários estrangeiros equivaleria a abandonar o país.

"Nós não estamos nos retirando e não vamos nos retirar", assegurou ele. "O que a ONU está fazendo é colocar imediatamente em vigor medidas adicionais de segurança para seus funcionários afegãos e estrangeiros. Fazemos isso para evitar a interrupção de nosso trabalho", afirmou.

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