Pelo menos 14 civis e dois militares foram mortos neste domingo em um ataque ao balneário de Grand-Bassam, ao leste de Abidjan - anunciou o presidente marfinense, Alassane Ouattara.
O ministro marfinense do Interior, Hamed Bakayoko, disse que há quatro brancos entre as vítimas fatais e que, entre elas, “identificamos uma de nacionalidade francesa e uma alemã”.
O grupo Al-Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi) teria assumido esse ataque ao resort, de acordo com o SITE, organização americana que monitora a movimentação das páginas islamitas na Internet.
O Aqmi destacou que seus “três heróis” cometeram o ataque e prometeu dar detalhes da operação mais tarde, relatou o SITE.
“Pela graça de Alá e Sua concessão de sucesso, três heróis dos cavaleiros da Al-Qaeda al-Jihad no Magreb Islâmico foram capazes de atacar o resort turístico ‘Grand-Bassam’, situado no leste da cidade de Abidjan, na Costa do Marfim”, informou o Grupo de Inteligência SITE, que publica o comunicado do Aqmi.
Os agressores chegaram pela praia e abriram fogo de maneira indiscriminada, segundo várias testemunhas. Uma delas disse que um agressor gritava “Alá Akhbar!” (Deus é grande).
“O balanço é duro. Os terroristas conseguiram matar 14 civis, e nós perdemos dois membros das forças especiais”, declarou o presidente Ouattara, que foi ao local da tragédia, acrescentando que seis agressores foram mortos.
“As operações de busca continuam, o hotel está protegido”, disse uma fonte policial à AFP.
O presidente francês, François Hollande, denunciou “fortemente este covarde atentado”, que causou a morte de “pelo menos um francês entre (mais de) uma dezena de civis”.
“A França forneceu seu apoio logístico e de Inteligência à Costa do Marfim (...) continuará e intensificará sua cooperação com seus sócios na luta contra o terrorismo”, de acordo com a nota divulgada pela Presidência.
O Ministério Público de Paris anunciou a abertura de investigação sobre o ataque. O procedimento é padrão, já que uma das vítimas é de cidadã francesa.
Granadas e fuzisOs agressores “fortemente armados e encapuzados dispararam contra hóspedes do Etoile du Sud, um grande hotel cheio de expatriados neste período de calor”, comentou uma testemunha entrevistada pela AFP.
“Estávamos na praia, ouvimos disparos e vimos gente fugindo. Então, nos demos conta de que era um ataque”, contou Braman Kinda, mostrando fotos de sete corpos estendidos na praia.
Segundo ele, eram quatro agressores - o governo fala em seis - que “caminhavam atirando pela praia”.
Abas El Roz, um libanês hospedado no Etoile du Sud, contou que um deles levava um fuzil Kalashnikov e um cinturão de granadas.
O ataque provocou aglomerações na ponte que separa a cidade moderna da zona turística atacada, o bairro França, que marca a entrada à Cidade Velha.
Segundo um jornalista da AFP no local, várias pessoas eram retiradas, entre elas uma ocidental ferida. Veículos militares equipados com metralhadoras pesadas se dirigiam para a região. Além disso, o Exército controla todas as pessoas que deixam a área.
Cidade histórica e ex-capital da Costa do Marfim na costa do Golfo da Guiné, Grand-Bassam abriga vários hotéis frequentados por uma clientela internacional.
Outras cidades africanas foram alvo de atentados, recentemente.
Em 15 de novembro do ano passado, um atentado contra um restaurante de Uagadugu, capital burquinense, deixou 30 mortos, estrangeiros em sua maioria. A autoria do ataque foi reivindicada pelo Aqmi.
O Mali também sofreu um ataque em 20 de novembro, no qual 20 pessoas morreram, entre elas 14 estrangeiros. Os dois agressores foram abatidos.
Trump, Milei, Bolsonaro e outros líderes da direita se unem, mas têm perfis distintos
Justiça suspende resolução pró-aborto e intima Conanda a prestar informações em 10 dias
Moraes viola a lei ao mandar Daniel Silveira de volta à cadeia, denunciam advogados
Grupos pró-liberdade de expressão se organizam contra onda de censura