Um ataque russo na cidade de Kiev nesta sexta-feira (20) causou danos materiais às embaixadas de vários países, incluindo Portugal, Argentina, Albânia e Montenegro, segundo o ministro das Relações Exteriores português, Paulo Rangel, que anunciou a apresentação de um "protesto formal" à Rússia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Heorhii Tykhyi, confirmou as ocorrências. Os disparos de Moscou deixaram janelas quebradas, provocaram incêndios e outros danos, segundo os registros.
Rangel disse a jornalistas em Cascais, na região metropolitana de Lisboa, que não há registro de feridos na equipe da embaixada portuguesa em Kiev, que fica no mesmo prédio que as de Argentina, Albânia e Montenegro.
"Isso é altamente condenável. Qualquer ataque da Rússia à Ucrânia e à cidade de Kiev merece a nossa mais veemente condenação, mas é absolutamente inaceitável que possa haver ataques que tenham impacto ou afetem instalações diplomáticas", afirmou Rangel, que informou ter convocado o encarregado de negócios da embaixada russa em Lisboa para apresentar um "protesto formal" contra Moscou.
Pelo menos uma pessoa morreu no ataque russo desta sexta-feira em Kiev. O Ministério da Defesa russo se manifestou sobre os disparos, afirmando que foram uma resposta a um ataque na região de Rostov, na Rússia, no qual Kiev usou mísseis fornecidos pelos EUA e pela Grã-Bretanha contra uma refinaria de petróleo.
Alta representante da UE diz que ataque mostra que Rússia não tem vontade de paz
A alta representante da União Europeia (UE) para Relações Exteriores e Segurança, Kaja Kallas, disse nesta sexta-feira que o ataque russo que causou danos à Embaixada de Portugal em Kiev indica que a Rússia não tem vontade de paz.
"Este é outro ataque bárbaro da Rússia contra alvos civis que não mostra nenhuma vontade de paz", comentou Kallas em uma mensagem nas redes sociais.
A ex-primeira-ministra da Estônia afirmou que os mísseis russos danificaram a embaixada portuguesa em Kiev.
"Nenhuma representação diplomática deveria ser alvo de um ataque, ou mesmo sofrer um golpe", acrescentou, ao mesmo tempo em que estendeu sua solidariedade ao pessoal diplomático.
A situação será avaliada a partir de agora, explicou a porta-voz de Kallas, Anitta Hipper, durante a entrevista coletiva diária da Comissão Europeia, quando perguntada se a UE apresentaria algum protesto formal às autoridades russas.