O fotojornalista francês Remi Ochlik e a correspondente de guerra norte-americana Marie Colvin, que trabalhava para o jornal britânico Sunday Times, foram mortos ontem durante um bombardeio do governo sírio contra a cidade de Homs, reduto da oposição.
Um ativista de Homs, Omar Shaker, disse que os jornalistas foram mortos quando vários foguetes atingiram o jardim de uma casa usada por ativistas e jornalistas no sitiado bairro de Baba Amr, em Homs, que há semanas está sob forte bombardeio de forças de Assad.
Muitos jornalistas estrangeiros têm entrado ilegalmente na Síria nos últimos meses pelas fronteiras do Líbano e da Turquia. Embora o governo sírio tenha permitido a entrada de alguns jornalistas no país, seus movimentos são rigidamente controlados por inspetores do Ministério da Informação.
Colvin, nascida em Oyster Bay, New York, tinha mais de 50 anos e era uma veterana correspondente do britânico Sunday Times, onde trabalhou nas últimas duas décadas. Ela foi imediatamente reconhecida por um tapa-olho usado desde que sofreu ferimentos durante o conflito no Sri Lanka em 2001.
Para o presidente Nicolas Sarkozy, a morte dos jornalistas mostra que é hora de o regime do presidente Bashar Assad chegar ao fim. "Isto mostra que já aguentamos o bastante, o regime deve acabar. Não há razão para que os sírios não possam viver suas vidas, escolher livremente seu destino", declarou Sarkozy.
Ativistas sírios informaram que pelo menos outros dois jornalistas ocidentais a repórter francesa Edith Bouvier, do Le Figaro, e o fotógrafo britânico Paul Conroy, do Sunday Times ficaram feridos nos ataques de ontem, que mataram pelo menos 20 pessoas, segundo os Comitê de Coordenação Local.
"Este trágico acidente é outro exemplo da despudorada brutalidade do regime de Assad", afirmou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, sobre o assassinato dos jornalistas.