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Guerra civil da Síria

Ataque sírio mata 33 soldados turcos em Idlib e pode desencadear onda de refugiados na Europa

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Refugiados afegãos chegam à ilha grega de Lesbos em 28 de fevereiro. (Foto: ARIS MESSINIS/AFP)

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Um ataque aéreo das forças comandadas pelo ditador sírio Bashar al-Assad matou nesta quinta-feira (27) 33 soldados turcos na região de Idlib, onde o governo da Síria orquestra uma ofensiva junto com a Rússia para retomar a área controlada por rebeldes, apoiados pela Turquia. Também há 32 soldados em condições estáveis que estão sendo tratados em hospitais.

A ação está sendo considerada uma grande escalada no conflito em um país devastado por anos de guerra, aumentando o risco para milhares de civis que vivem na província de Idlib e consequentemente ameaçando outra crise de refugiados para a Europa.

Em retaliação, a artilharia turca atingiu alvos do regime Assad em Idlib e também realizou ataques com mísseis contra alvos em Hama, Nubl, Zahraa e Latakia. Segundo informações da BBC, 200 alvos sírios foram atingidos e 309 soldados sírios foram "neutralizados".

"Todos os elementos do regime sírio se tornaram alvos. A Turquia agora reconhece todos os elementos do regime de Assad como alvos hostis", disse Ömer Çelik, porta-voz do Partido da Justiça e Desenvolvimento, partido do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, de acordo com o site Daily Sabah.

A Turquia também convocou para esta sexta-feira (28) uma reunião da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), da qual faz parte, para discutir os últimos acontecimentos.

De acordo com a BBC, um porta-voz dos Estados Unidos disse que o país apoiará a Turquia e continuará pedindo o fim imediato da ofensiva síria contra Idlib.

Também envolvida no conflito, a Rússia alegou que as tropas turcas foram atacadas pelos soldados sírios enquanto operavam com combatentes jihadistas e que Ankara falhou em em informar que seus soldados estavam lutando com os jihadistas. A televisão estatal russa informou que especialistas militares turcos estavam usando sistemas de defesa aérea portáteis para tentar abater aviões militares russos e sírios sobre Idlib. A Rússia negou que tenha participado dos ataques aéreos contra as tropas turcas.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, "imediatamente após receber informações sobre os soldados turcos feridos, a Rússia tomou medidas abrangentes para garantir a cessação total das hostilidades pelas forças sírias". A evacuação dos militares turcos que foram mortos ou feridos na Turquia também foi garantida, segundo a agência de notícias russa Tass.

Refugiados na Europa

A província de Idlib, única que ainda é controlada pelos rebeldes sírios, é a casa de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Desde dezembro, quando a ofensiva síria e russa começou, 948 mil pessoas foram deslocadas e pelo menos 465 civis, 145 deles crianças, foram mortos, segundo as Nações Unidas (ONU).

Muitas pessoas que estão na linha de fogo entre as forças opositoras tentam fugir para a Turquia, que já recebeu 3,7 milhões de refugiados sírios desde o início da guerra após um acordo com a União Europeia - que basicamente envia dinheiro à Turquia para que ela impeça a passagem de refugiados para os países europeus.

Nesta sexta-feira, após a morte dos soldados turcos, jornais noticiaram que o governo de Ankara decidiu não mais bloquear a passagem dos refugiados. Segundo a AFP, a polícia turca, a guarda costeira e os oficiais de segurança nas fronteiras foram ordenados a recuar. A Reuters informou que a Grécia já está consultando seus parceiros da União Europeia e da Otan sobre a crise.

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