Ao menos 21 pessoas morreram nesta quarta-feira (20) em um ataque contra uma universidade do noroeste do Paquistão reivindicado pelos talibãs, 13 meses depois do massacre executado pelos insurgentes em uma escola da mesma região. “O balanço de mortos no ataque terrorista se elevou a 21”, afirmou o chefe de polícia regional, Saeed Wazir, que também anunciou o fim do ataque.
Wazir não explicou se entre os falecidos estão os quatro agressores que o exército afirmou ter eliminado e que foram mencionados na reivindicação dos talibãs. “Há mais de 30 feridos, incluindo estudantes, funcionários e guardas”, disse Wazir.
O Movimento dos Talibãs Paquistaneses (TTP) reivindicou o ataque, que anunciou ser uma represália a uma ofensiva do exército nas zonas tribais próximas da fronteira com o Afeganistão. “Nossos quatro suicidas executaram hoje o ataque contra a Universidade de Bacha Khan”, afirmou por telefone à AFP um comandante dos insurgentes, Umar Mansoor, de um local não revelado.
Vários estudantes mortos estavam em uma residência no campus da Universidade de Bacha Khan, em Charsadda, uma cidade que fica a 50 km de Peshawar, uma área de forte presença de grupos extremistas armados.
O ministério da Informação da província Khyber Pajtunkhwa anunciou em um primeiro momento 10 pessoas participaram no ataque. “O exército isolou a área”, afirmou no início do ataque o porta-voz das Forças Armadas do Paquistão, Asim Bajwa, que citou a morte de “quatro terroristas”.
“Os atiradores mataram dois terroristas no telhado. Total de terroristas mortos até agora 4”, escreveu no Twitter. “Os terroristas estão cercados em dois edifícios da universidade”, informou durante a operação, quando os militares assumiram o controle dos edifícios.
“Várias pessoas foram levadas para o hospital principal do distrito e os feridos mais graves estão sendo transferidos a Peshawar”, anunciou o ministério da Informação.
O aluno Zahoor Ahmed, do curso de Geologia, disse à AFP que estava em uma residência estudantil quando ouviu os primeiros tiros. “Saímos, mas nosso professor de Química nos aconselhou a permanecer do lado de dentro”, afirmou Ahmed. “Dois criminosos atiravam de maneira aleatória”, completou.
As forças de segurança chegaram à universidade em blindados e helicópteros.
Os canais de televisão exibiram imagens da fuga dos estudantes, enquanto as estradas de Charsadda permaneciam bloqueadas pelas forças oficiais. “Funcionários, mulheres e homens, e estudantes estavam no campus no momento do ataque”, disse à AFP Fazal Raheem Marwat, vice-reitor da universidade.
O centro universitário não havia recebido nenhuma ameaça específica, “mas havíamos reforçado a segurança”, disse Marwat.
O mais grave atentado do país foi cometido há mais de um ano em uma escola de Peshawar, quando os talibãs mataram a sangue frio mais de 150 pessoas, em sua maioria estudantes, em uma ofensiva de várias horas.
No dia 16 de dezembro de 2014, um comando de nove pessoas invadiu a Escola Pública do Exército (APS) e abriu fogo contra várias salas durante horas, em represália a uma ofensiva militar contra os talibãs.
O ataque, que traumatizou um país abalado por uma década de violência, provocou uma campanha contra o extremismo no Paquistão. O exército intensificou a ofensiva contra os grupos armados nas zonas tribais onde atuavam antes com total impunidade.
O número de atentados diminuiu consideravelmente em 2015, mas um ataque suicida deixou 10 mortos na terça-feira em Peshawar.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia