Os Estados Unidos descartam uma diminuição nos ataques à infra-estrutura petrolífera do Iraque por causa da morte de Abu Musab Al Zarqawi, o "representante" da Al Qaeda no país, disse o secretário americano de Energia, Sam Bodman, nesta segunda-feira.
- Não estamos contando com mudanças, pelo menos no curto prazo - disse Bodman a jornalistas. - Acho que só o tempo dirá . Eu prevejo que eles continuem pelo menos por enquanto.
O setor petrolífero iraquiano, em que o governo Bush apostava para bancar a reconstrução do Iraque, é alvo de repetidos ataques em seus dutos e instalações de exportação.
Após conversar com os jornalistas, Bodman embarcou para a residência presidencial de Camp David, onde Bush e seus secretários fazem uma reunião de dois dias sobre o futuro do Iraque, que é o sexto maior fornecedor de petróleo dos EUA.
Bush disse horas depois a jornalistas em Camp David que seus assessores discutiram formas de ampliar a produção de petróleo no Iraque, mas não deu muitos detalhes.
- Há muito trabalho que precisa ser feito para ajudar os poços de petróleo a serem revitalizados - disse o presidente. - Há oportunidades de exploração incrivelmente interessantes - afirmou, acrescentando que o novo governo iraquiano terá de definir como entregar essas riquezas de forma justa a empresas privadas.
Ele defendeu a criação de um fundo especial para os dividendos do petróleo iraquiano, de modo que os cidadãos do país tenham fé no governo central. Bush considerou "extremamente positivo" que a produção de petróleo do país tenha recentemente superado os 2 milhões de barris por dia.
Mas isso ainda é muito abaixo dos 2,6 milhões de barris extraídos por dia em janeiro de 2003, pouco antes da invasão americana, segundo dados do Departamento de Energia dos EUA. Em maio, as exportações iraquianas ficaram em 1,5 milhão de barris diários.
Antes da guerra, especialistas estimavam que o país tivesse capacidade de produzir entre 2,8 e 3 milhões de barris por dia e de exportar 2,3 a 2,5 milhões. As reservas iraquianas, de 115 bilhões de barris, são a terceira maior do mundo.
O Iraque diz necessitar de US$ 20 bilhões para aumentar sua produção para 6 milhões de barris por dia. Muitas empresas que poderiam fazer esse investimento evitam se instalar no Iraque, por causa da possível violência contra seus empregados.