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Membros da defesa civil síria vasculham local na cidade de Hass depois de um ataque aéreo por forças pró-regime no sul da província de Idlib, em 8 de setembro de 2018 | AMER ALHAMWE/AFP
Membros da defesa civil síria vasculham local na cidade de Hass depois de um ataque aéreo por forças pró-regime no sul da província de Idlib, em 8 de setembro de 2018| Foto: AMER ALHAMWE/AFP

Aviões de guerra sírios e russos lançaram dezenas de ataques aéreos contra a província de Idlib, no norte da Síria, neste sábado (8), afirmou um grupo de monitoramento. A ação militar intensifica a pressão sobre a última fortaleza rebelde do país, depois de fracassadas negociações de cessar-fogo

Pelo menos sete civis morreram depois de cerca de 80 ataques aéreos na fronteira sul da província, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O grupo também afirmou que a violência foi a "mais intensa" em semanas, com helicópteros também lançando bombas barris cheias de estilhaços. 

Forças pró-governo se concentraram nas margens de Idlib, encravada no noroeste da Síria ao longo da fronteira turca. Autoridades sírias e russas – aliadas importantes no longo conflito da Síria – parecem estar se preparando para um ataque total para retomar a área de vez. 

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Mas há temores de que uma tentativa de recuperar Idlib possa causar um grande derramamento de sangue e uma crise humanitária entre os três milhões de civis da região, metade deles deslocados de outros lugares da Síria. 

Em uma reunião em Teerã na sexta-feira, os presidentes de Rússia, Irã e Turquia não chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo para conter a violência. 

Embora em lados diferentes da guerra, a Turquia e a Rússia tem interesse em impedir que a situação se desenrole. 

A Turquia se preocupa com a possibilidade de que a violência possa enviar centenas de milhares de civis em fuga para suas fronteiras. A Rússia é cautelosa em se aprofundar em uma batalha sangrenta, já que diz aos parceiros internacionais que a Síria está se estabilizando e aberta para a reconstrução. 

O Observatório Sírio disse, no sábado, que cerca de 2.000 pessoas já estavam se retirando de áreas bombardeadas, indo em direção ao centro da província de Idlib. 

Forças em conflito

Rebeldes ligados à Al-Qaeda, conhecidos como Hayat Tahrir al-Sham (HTS), controlam mais da metade de Idlib, e grande parte da retórica do governo russo e sírio tem se concentrado na necessidade de derrotar o grupo. 

Idlib é também o lar de uma coalizão apoiada pela Turquia, conhecida como a Frente de Libertação Nacional, bem como civis que deixaram suas casas em vez de concordar com acordos de "reconciliação" com o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad. Muitos temem recrutamento ou prisão. 

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A estatal Al-Ikhbariya TV informou que o governo sírio estava retaliando bombardeios rebeldes em uma área controlada pelo governo ao sul de Idlib na sexta-feira, matando pelo menos nove civis. As reportagens não puderam ser verificadas independentemente. 

"Novos combates em Idlib podem produzir sofrimento comparando-se com a miséria humana vista em Aleppo, Ghouta Oriental e Raqqa", diz Fabrizio Carboni, diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para o Oriente Médio, em referência às batalhas mais sangrentas da guerra de sete anos. 

Não há sinais de que nenhum dos lados estivesse recuando. 

"Consideramos inaceitável quando a proteção da população civil é usada como pretexto para permitir que terroristas evitem uma ataque", disse o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista coletiva em Teerã na sexta-feira. 

Emad al-Moujahid, porta-voz da HTS, descreveu sua organização como "parte da sociedade síria" e prometeu "surpresas militares" contra as forças sírias e russas.

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