Novos atentados deixaram ao menos 43 mortos e mais de 100 feridos nesta terça-feira (17) em Bagdá, atingida pela segunda vez em uma semana por ataques sangrentos atribuídos ao grupo Estado Islâmico (EI).
Mais de 145 pessoas, em sua maioria civis, foram mortas desde quarta-feira passada em ataques em locais públicos de bairros xiitas da capital iraquiana.
Esses atentados demonstram que as autoridades falharam em implementar medidas de segurança eficazes em Bagdá, apesar da ajuda da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que treina as forças iraquianas na luta contra o EI.
O ataque mais mortal, um atentado suicida com carro-bomba, atingiu o bairro predominantemente xiita de Sadr City, no norte de Bagdá, matando 21 pessoas, segundo fontes médicas e da segurança.
Outro atingiu o bairro Shaab, no norte de Bagdá, matando pelo menos 19 pessoas.
O porta-voz do ministério do Interior, Saad Maan, informou que o ataque foi perpetrado por uma mulher-bomba.
Mas o EI reivindicou o ataque, dizendo que foi cometido por um homem identificado como Abu Khattab al-Iraqi, que lançou granadas antes de detonar o seu cinto de explosivos.
Os ataques suicidas cometidos por mulheres são raros no Iraque, especialmente nos últimos anos. Em um dos mais mortais, duas mulheres iraquianas com deficiência mental mataram uma centena de pessoas em um mercado de Bagdá, em 2008.
Falhas de segurança
Um terceiro ataque cometido nesta terça-feira com um carro-bomba matou pelo menos três pessoas no distrito de Rashid, ao sul da capital, de acordo com as autoridades. Nenhum grupo reivindicou este último ataque.
Em 11 de maio, pelo menos 94 pessoas foram mortas em três atentados com carros-bomba em Bagdá, incluindo um em Sadr City, no dia mais mortífero na capital iraquiana este ano.
Este aumento da violência ocorre num momento em que o EI tem retrocedido no Iraque, onde assumiu o controle de grandes partes do território em 2014. Desde então, as forças iraquianas apoiadas pelos ataques da coalizão internacional recuperaram o controle de várias cidades, incluindo Ramadi e Tikrit, respectivamente ao norte e a oeste de Bagdá.
Mas os jihadistas seguem controlando importantes fortalezas, incluindo Mossul, a segunda maior cidade do país, e continuam sendo capazes de atacar Bagdá e outras partes do país.
Milhares de membros das forças de segurança iraquianas foram treinados e formados pela coalizão para lutar contra o EI, mas as falhas de segurança continuam sendo muito graves.
Detectores de explosivos, adquiridos pelas autoridades por vários milhões de dólares na década de 2000, continuam sendo amplamente utilizados no país, apesar de não funcionarem. O homem que os vendeu foi condenado por fraude a dez anos de prisão em 2013 em Londres.
Muitos também questionam a eficácia das barreiras policiais e militares nos arredores da capital, que provocam enormes engarrafamentos. A verificação dos documentos de identidade e a revista de veículos são feitos de maneira superficial.
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