Palestinas observam o funeral de Rayed Shehada, militante do Hamas, no campo de refugiados Shati, em Gaza| Foto: REUTERS/Mohammed Salem

Ataques aéreos e bombardeios lançados por Israel contra a Faixa de Gaza mataram três militantes do grupo islâmico Hamas e seis civis palestinos nesta sexta-feira, no segundo dia de violência crescente na região.

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As Forças Armadas de Israel disseram que "identificaram dois esquadrões terroristas do Hamas" e alvejaram os militantes do ar e da terra. Os ataques ao longo do dia mataram três militantes e três civis. Fontes hospitalares disseram que um comandante do Hamas morreu após sofrer vários ferimentos, outro homem foi morto num bombardeio e um menino de 11 anos foi atingido por acidente.

Mais cedo, um palestino idoso e duas mulheres morreram quando sua casa em Khan Younis foi atingida.

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Ao menos 32 palestinos foram mortos desde os últimos casos de violência, em 20 de março, dos quais 14 morreram nos últimos dois dias em consequência de ataques israelenses.

Um comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI) disse que "civis não envolvidos aparentemente foram feridos" em um ataque.

"As FDI lamentam que a organização terrorista Hamas opte por operar no meio de sua população civil, usando-a como 'escudo humano'", disse o comunicado.

Pelo menos 15 foguetes foram lançados contra Israel desde a madrugada da sexta, provocando danos mas não deixando feridos, segundo um porta-voz policial. A polícia está limitando o tráfego perto da fronteira, e parece não haver final em vista para as operações.

"Estamos no meio de um evento", disse a jornalistas o general Tal Russo, chefe do Comando Sul das forças israelenses. "Estamos avaliando todas as ações possíveis."

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Russo disse que o Hamas foi fortemente atingido, mas que os confrontos ainda não terminaram.

"Estamos considerando tudo. O curto prazo, o longo prazo. Há muitas ferramentas na caixa."

Depois de dois anos de confrontos de baixa intensidade na fronteira, a violência se intensificou repentinamente no mês passado, quando o Hamas, o grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza, disparou um grande número de foguetes contra Israel, desencadeando uma intensificação dos combates na qual 18 palestinos morreram.

Analistas em Gaza disseram que o Hamas queria reforçar sua reivindicação da liderança do dividido movimento nacional palestino e desviar as atenções das reivindicações populares - alimentadas pela chamada "Primavera Árabe" - de que acabem suas divergências com seus rivais do Fatah.

A onda de violência se acalmou, mas os combates voltaram a explodir na quinta-feira, quando homens do Hamas dispararam um míssil antitanques contra um ônibus escolar de Israel, ferindo duas pessoas. Israel retaliou com aviões e forças blindadas, matando cinco palestinos.

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Um analista israelense disse que o Hamas evidentemente estava indignado com seus reveses recentes, incluindo um ataque aéreo de Israel em 2 de abril que matou três moradores da Faixa de Gaza.

Mesmo assim, segundo ele, disparar um míssil antitanque de longo alcance contra um ônibus escolar amarelo, claramente marcado, pode ter sido mais um erro de cálculo por parte do Hamas.

A ONU e a União Europeia expressaram preocupação com a escalada das tensões e pediram contenção aos dois lados.