Os ataques além das fronteiras do Irã e Turquia sobre regiões do Curdistão iraquiano mataram pelo menos 10 civis e obrigaram centenas de famílias a se deslocarem desde meados de julho, denunciou nesta sexta-feira a Human Rights Watch (HRW), que reivindica a proteção da população nestas operações.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, a organização de defesa dos direitos humanos afirma que em vários dos ataques não se procurou suficientemente "causar o menor impacto sobre os civis".
Irã e Turquia bombardeiam por via aérea posições de rebeldes curdos que operam nas fronteiras norte e leste do Curdistão iraquiano, embora uma missão da HRW tenha constatado que muitas das áreas atacadas são habitadas pela população civil e não há combatentes nelas.
"Ano após ano os civis no norte do Iraque sofreram os ataques além das fronteiras, mas a situação atualmente é nefasta. Irã e Turquia deveriam fazer todo o possível para proteger os civis e suas propriedades", assinala Joe Stork, subdiretor para o Oriente Médio na organização.
Segundo a HRW, os bombardeios iranianos poderiam ser uma tentativa de forçar a saída de civis de algumas regiões próximas à fronteira com o Irã.
As operações contra o grupo armado independentista curdo Partido por uma Vida Livre do Curdistão (PJAK) foram condenadas pelos partidos curdo-iraquianos, que pediram o fim dos bombardeios.
A ofensiva, que começou em meados de julho, causou a morte de pelo menos três camponeses e feriu um número indeterminado de civis, que relataram em seus depoimentos à HRW que nunca viram guerrilheiros do PJAK em suas aldeias.
Além disso, denunciaram que os bombardeios destroçaram muitas casas e que soldados iranianos penetraram em território iraquiano para matar gado.
Enquanto isso, o Estado-Maior do Exército turco relatou na segunda-feira passada que sua campanha de bombardeios aéreos, realizada entre 17 e 28 de agosto, tirou a vida de entre 145 e 160 "terroristas" do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
No entanto, a organização de direitos humanos documentou pelo menos um caso no qual o bombardeio turco causou vítimas civis.
Segundo as autoridades iraquianas e os testemunhos reunidos pela HRW, em 21 de agosto os aviões turcos bombardearam um veículo cheio de civis e mataram sete membros de uma família.
Apesar disso, a Turquia não reconheceu que sua Força Aérea fosse autora do massacre, aponta a HRW em seu relatório.
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