Homens armados do Taleban e suicidas atacaram prédios no centro de Cabul, nesta segunda-feira, enquanto tiroteios e ataques de homens-bomba paralisaram a capital afegã por horas. Os violentos confrontos com forças de segurança deixaram pelo menos doze mortos, incluindo uma criança, segundo números oficiais.
Foram atacados dois shopping centers, um cinema e o único hotel cinco estrelas da capital afegã. Houve uma série de explosões, segundo funcionários e testemunhas.
Considerando o alcance e fúria dos ataques, o número de mortos foi relativamente baixo: doze óbitos, incluídos os sete agressores.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 70 pessoas ficaram feridas, incluídos 35 civis. Foi o ataque mais espetacular em Cabul desde o cerco do Taleban a prédios do governo, em fevereiro de 2009, que deixou pelo menos 26 mortos.
Um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou mais cedo à televisão afegã que "quatro terroristas" foram mortos. Dois deles se explodiram e os outros dois foram mortos a tiros por forças de segurança. Segundo o funcionário, uma criança morreu no tiroteio.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, disse que a situação estava "sob controle", após horas de confrontos na fortificada capital do país. "Os inimigos do povo afegão realizaram uma série de ataques hoje, causando medo e terror na população", afirmou Karzai em comunicado.
Os ataques começaram na hora do rush da manhã, quando suicidas invadiram prédios do governo e comerciais perto da Praça Pashtunistan, iniciando as explosões. O Taleban assumiu a autoria dos ataques. As tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do governo afegão demoraram horas para controlar a situação.
"Vinte de nossos suicidas entraram na área e o combate está em andamento", disse Zabihullah Mujahid, que se identificou como porta-voz do Taleban. Segundo ele, os alvos eram os ministérios e palácio presidencial. Shopping centers também foram atingidos e partes do Hotel Serena também estavam em chamas.
Os Estados Unidos condenaram os ataques, qualificando-os como atos "desesperados" do Taleban. O grupo foi afastado do poder após a invasão norte-americana, em 2001, mas tem ganho força nos últimos meses.
A missão das Nações Unidas no Afeganistão também condenou os atentados. O representante especial da ONU Kai Eide também censurou ainda o fato de eles ocorrerem em uma área com forte presença de civis.
Os ataques ocorrem um dia após o governo informar que Karzai estava prestes a anunciar um novo plano para buscar a paz com membros do Taleban que concordarem em renunciar à violência.
O último grande atentado na capital havia ocorrido em 15 de dezembro, quando um suicida explodiu um veículo nas proximidades de residências de ex-funcionários do governo. Essa ação matou oito pessoas e deixou mais de 40 feridos.
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