Pelo menos cinco grandes explosões atingiram nesta terça-feira (6)prédios em Bagdá, matando ao menos 49 pessoas. Mais de 160 ficaram feridas, em mais uma mostra da situação ainda frágil da segurança do país.
Foi o quarto ataque com várias mortes no Iraque em cinco dias, em uma onda de violência que causou mais de cem mortes desde a sexta-feira. Os atentados ocorrem enquanto líderes políticos negociam apoio para formar um governo, após as eleições parlamentares de 7 de março não terem um vencedor claro.
O bloco do ex-primeiro-ministro Ayad Allawi obteve duas cadeiras a mais que o grupo do atual premier, Nouri al-Maliki. Na opinião de Allawi, o "vácuo de poder" é responsável pela violência. Segundo ele, há "forças extremas" tentando se aproveitar da incerteza política.
Um porta-voz dos militares iraquianos em Bagdá, general Qassim al-Moussawi, afirmou que os agressores realizaram as explosões com bombas caseiras e, em um dos ataques, com um carro carregado de explosivos. Ele disse que houve pelo menos sete explosões - a Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá cita cinco explosões.
O porta-voz culpou a Al-Qaeda no Iraque pelos ataques. Policiais e funcionários do setor de saúde confirmaram pelo menos 39 mortes, com mulheres e crianças entre as vítimas. As fontes pediram anonimato.
Ataques
As explosões começaram por volta das 9h30, em um prédio residencial da área de Shula, no noroeste de Bagdá. Em seguida, um carro-bomba explodiu a pouco mais de um quilômetro, danificando prédios próximos, disseram a polícia e funcionários de hospitais. Minutos depois, às 9h45, uma bomba explodiu em um distrito do centro de Bagdá, perto do Ministério da Cultura.
Muitos temem que a violência seja fruto da disputa política e que ela permita que os insurgentes se reagrupem, no vácuo político posterior às eleições. Quase um mês após a disputa eleitoral, o Iraque se encontra em um impasse.
O bloco secular Iraqiya, de Allawi, obteve 91 dos 325 postos no Parlamento. Já a lista xiita de Maliki obteve 89 cadeiras. Esses partidos, porém, não têm força necessária para governar sozinhos sendo obrigados a buscar alianças com blocos menores para formar uma coalizão.