Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
guerra civil

Ataques em Ghouta nas últimas semanas deixaram mais de 900 mortos. Entrada de ajuda é adiada

A ditadura de Assad continua com a ofensiva apesar da resolução do Conselho de Segurança do fim de fevereiro que pede um cessar-fogo de 30 dias | HAMZA AL-AJWEH/AFP
A ditadura de Assad continua com a ofensiva apesar da resolução do Conselho de Segurança do fim de fevereiro que pede um cessar-fogo de 30 dias (Foto: HAMZA AL-AJWEH/AFP)

A entrada de um comboio de ajuda humanitária prevista para esta quinta-feira (8) no reduto rebelde de Ghouta Oriental foi adiada por motivos de segurança.  

Tropas leais ao presidente Bashar al-Assad continuam nesta quinta-feira (8) a ofensiva terrestre e os bombardeios na região perto de Damasco.  

Apoiado pela Rússia, o governo Bashar al-Assad reconquistou mais da metade da região desde que intensificou a ofensiva, em 18 de fevereiro, contra o último bastião rebelde próximo da capital do país.  

O governo sírio disse ter aberto um segundo corredor humanitário para a saída de civis das áreas conflagradas em Ghouta Oriental.  

Leia mais  

Mais de 900 civis morreram nos bombardeios das últimas semanas, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.  

Apesar do apelo da ONU por uma trégua, as forças sírias prosseguem com a ofensiva em Ghouta Oriental, onde vivem quase 400 mil pessoas e que sofre com o cerco desde 2013, levando à falta de alimentos e de remédios.  

A ONU e várias ONGs distribuiriam ajuda humanitária nesta quinta (8), mas a operação foi adiada.  

"A evolução no local não permite levar a operação adiante", afirmou Ingy Sedky, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.  

Os caminhões do comboio permaneceram estacionados na periferia de Damasco, perto de um corredor humanitário que vai até o reduto rebelde.  

Na segunda-feira (5), um comboio de cerca 40 caminhões com ajuda humanitária foi obrigado a encurtar sua missão pelos bombardeios em Duma, cidade de Ghouta. A ajuda médica e os alimentos deveriam atender a 70 mil pessoas.  

O governo Assad continua com a ofensiva apesar da resolução do Conselho de Segurança do fim de fevereiro que pede um cessar-fogo de 30 dias em toda a Síria, país em que a guerra iniciada em 2011 deixou mais de 340 mil mortos.  

Forças do governo sírio ocuparam na quarta-feira (7) partes do território até recentemente controlado por rebeldes nos subúrbios oposicionistas de Damasco.  

Com isso, dizem ter dividido ao meio o enclave sitiado, informaram fontes da mídia estatal síria e observadores do conflito.  

Na quarta-feira (7), bombardeios do regime e da Rússia mataram 91 civis, segundo o Observatório, apesar de uma trégua diária de cinco horas decretada por Moscou há mais de uma semana.  

Nesta quinta (8), havia combate em áreas de Ghouta, enquanto nas cidades de Hamuria e Jisrin havia bombardeios.  

Possível ataque químico  

Na noite de quarta-feira (7), ao menos 60 pessoas tiveram dificuldades respiratórias nas localidades de Saqba e Hamuria após os bombardeios, segundo o Observatório.  

Em Hamuria, dezenas de pessoas abandonaram áreas no subsolo em que estavam refugiadas para evitar os bombardeios e buscar ar. 

Pais tiraram as roupas dos filhos, que tossiam sem parar, para lavá-los com água e tentar eliminar a possível presença de gás tóxico em seus corpos.  

Nas últimas semanas, o governo sírio foi acusado de lançar ataques com gás cloro. As acusações são rejeitadas por Bashar al-Assad.  

Afrin  

A agência estatal de notícias turca afirmou nesta quinta-feira (8) que forças turcas aliadas a rebeldes sírios conquistaram a cidade de Jinderes, em Afrin, onde enfrentam milícias curdas.  

A Turquia iniciou uma operação na região no final de janeiro, a chamada Operação Ramo de Oliveira, contra as milícias curdas YPG, que considera terroristas. 

Os confrontos em Afrin já mataram 42 soldados turcos e mais de 150 rebeldes sírios.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros