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Violência

Ataques nos EUA: 30 mortos, suspeita de xenofobia e críticas a Trump

Local onde ocorreu ataque que deixou dez mortos em Dayton, Ohio. (Foto: Megan Jelinger/AFP)

Foi um fim de semana sangrento nos Estados Unidos. Em um intervalo de poucas horas, dois ataques a tiros em diferentes regiões do país deixaram pelo menos 30 mortos e mais de 50 feridos. A violência reacendeu o debate sobre restringir o porte de armas e também suscitou críticas ao presidente Donald Trump, acusado de “incitar o ódio”.

El Paso, Texas

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O primeiro ataque ocorreu na tarde de sábado (3), na cidade de El Paso, no Texas. Um homem armado invadiu um hipermercado da rede Walmart e disparou contra as pessoas que estavam no local. Pelo menos 20 pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas. Patrick Crusius, um jovem de 21 anos, foi detido, suspeito de ser o autor dos disparos.

Patrick também é suspeito de ser o autor de um manifesto divulgado na internet, que afirmava que o ataque seria “uma resposta à invasão hispânica no Texas”. Segundo autoridades, três mexicanos morreram e outros três ficaram feridos no ataque. Próxima à fronteira com o México, El Paso é um destino comercial popular entre os mexicanos.

Por conta do episódio, o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, declarou que o governo do país tomará ações jurídicas para proteger cidadãos mexicanos que vivem nos EUA. O pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Beto O’Rourke, acusou a retórica anti-imigração do presidente Donald Trump de instigar o racismo e de ser um dos motivos diretos para o aumento da violência e de ataques armados.

Dayton, Ohio

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Na madrugada de domingo (4), foi a vez da cidade de Dayton, no estado de Ohio, ser alvo de outro ataque. Por volta de 1 da manhã, um homem vestido com colete à prova de balas disparou contra um grupo de pessoas próximas a um bar. Nove pessoas morreram e 27 ficaram feridas. Entre as vítimas fatais estava Megan Betts, irmã de Connor Betts, jovem branco de 24 anos, autor dos tiros.

O atirador foi morto por policiais que estavam em patrulha de rotina pela região e chegaram ao local em menos de um minuto. Os motivos do atirador não estavam claros e não havia informações se ele sabia que a irmã estava no local.

O tiroteio soma-se a outros episódios ocorridos em Dayton neste ano. Em maio, uma manifestação da Ku Klux Klan (organização declaradamente racista) reuniu centenas de pessoas na cidade. Semanas depois, a parte norte do município foi atingida por um tornado.

Trump condena

O presidente Donald Trump condenou os tiroteios, declarando que “o ódio não tem lugar no nosso país”. A jornalistas, disse que os dois casos “envolvem claramente doenças mentais”, que esse tipo de atentado ocorre há anos nos EUA e que a situação precisa mudar. O presidente ainda parabenizou o trabalho dos agentes de segurança, ressaltando que “poderia ter sido muito pior”. Trump informou que fará um pronunciamento oficial sobre o assunto nesta segunda-feira (4).

Violência recorrente

Uma semana antes, no dia 28 de julho, outro ataque ocorreu na cidade de Gilroy, na Califórnia. Santino William Legan, um jovem de 19 anos, atirou contra o público de um festival gastronômico e foi morto pela polícia. Quatro pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas. Somente na última década, ocorreram 12 massacres nos Estados Unidos que deixaram pelo menos dez mortos.

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