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A Ucrânia pediu que seus aliados levantem restrições que impedem que Kiev bombardeie a Rússia com armas de longo alcance, depois que as forças do Kremlin lançaram nesta segunda-feira (26) um ataque combinado massivo contra o território ucraniano com cerca de uma centena de mísseis e o mesmo número de drones kamikaze iranianos Shahed, segundo afirmou o presidente Volodymyr Zelensky, em um vídeo publicado em suas redes sociais.
De acordo com as autoridades regionais ucranianas, quatro civis foram mortos em quatro regiões do país durante o ataque, que afetou 15 das 24 regiões administrativas da Ucrânia.
“Há muitos danos ao sistema energético”, disse Zelensky, ressaltando que estão em curso trabalhos para restaurar o fornecimento em áreas onde ocorreram apagões.
“Hoje, os alvos estavam nas regiões de Volyn, Lviv, Ivano-Frankivsk, Vinnytsia, Khmelnytskyi e Ternopil. Por toda a Ucrânia, poderíamos fazer muito mais para proteger vidas se a aviação de nossos vizinhos europeus operasse em conjunto com nossos F-16s e sistemas de defesa aérea”, afirmou o presidente da Ucrânia, que chamou o ditador russo, Vladimir Putin, de “criatura doente” e declarou que o líder do Kremlin “só pode fazer o que o mundo lhe permite fazer”.
Zelensky reiterou o argumento do seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e pediu aos parceiros ucranianos que levantassem todas as restrições que ainda impõem à Ucrânia na utilização dentro da Federação Russa de armas de longo alcance que lhe são enviadas.
“Não pode haver restrições às ações de longo alcance da Ucrânia quando os terroristas não têm tais restrições. Os defensores da vida não podem ter restrições em armamento quando a Rússia usa suas próprias armas de todos os tipos, Shahed e mísseis balísticos norte-coreanos”, criticou Zelensky.
“Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e outros parceiros têm a capacidade de nos ajudar a acabar com o terrorismo. Precisamos de soluções”, enfatizou Zelensky.
Além de pedir que Kiev fosse autorizada a atacar todos os alvos militares dentro da Rússia com armas ocidentais, Kuleba havia exigido que os parceiros ocidentais da Ucrânia começassem a abater a partir do território da OTAN adjacente ao país os mísseis e drones russos que se aproximem do seu espaço aéreo.
No fim de semana, o jornal inglês The Guardian noticiou que a Ucrânia está buscando permissão do Ocidente para usar mísseis Storm Shadow de longo alcance para destruir alvos bem no interior da Rússia, acreditando que isso poderia forçar Moscou a negociar um cessar-fogo.
Segundo fontes ouvidas pelo Guardian, o entendimento de Kiev é que a Rússia só considerará negociar se acreditar que a Ucrânia tem a capacidade de “ameaçar Moscou e São Petersburgo”. (Com Agência EFE)