BAGDÁ - Milhares de prisioneiros iraquianos poderão votar no referendo sobre a nova Constituição nesta semana, incluindo o ex-presidente Saddam Hussein, disse o Comitê Eleitoral do país.
Embora os detalhes divulgados nesta segunda-feira sejam escassos, eles levantam a possibilidade de Saddam e seus assessores marcarem "Sim" ou "Não" sobre uma Constituição que especificamente proíbe o "partido Baath", ligado ao ex-governo.
Autoridades do comitê disseram que urnas serão enviadas à prisão de Abu Ghraib, administrada pelos EUA, e para outros campos onde cerca de 10 mil prisioneiros, a maioria sunitas, estão detidos sob suspeita de integrarem uma revolta. Líderes sunitas pediram a votação do "Não" ou um boicote.
- Todos os detidos ainda não condenados terão o direito de votar no referendo - disse Adil al-Lami, do Comitê, em uma coletiva de imprensa. Segundo ele, os presos votarão na quinta-feira, dois dias antes da eleição.
Perguntado sobre se o próprio Saddam poderia tomar parte da votação, o comissário Farid Ayar disse: "Não sei onde ele está. Mas se ele estiver em Abu Ghraib ou em algum dos outros campos, então ele vai cair nessa categoria."
Um porta-voz do Exército dos EUA se recusou a comentar o assunto.
Acredita-se que Saddam esteja preso na instalação americana conhecida como Camp Cropper, no aeroporto de Bagdá. Ele se recusa a reconhecer sua derrubada pelas forças dos EUA e a legitimidade de um julgamento por crimes contra a Humanidade, que deve começar apenas quatro dias depois do referendo.
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