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Peritos analisam as carcaças de veículos destruídos com a explosão atribuída às Forças Armadas Revolucionárias | Guillermo Legaria/AFP
Peritos analisam as carcaças de veículos destruídos com a explosão atribuída às Forças Armadas Revolucionárias| Foto: Guillermo Legaria/AFP

Um atentado com explosi­­vos em Bogotá matou ontem dois agentes de segurança do­­ ex-ministro do Interior Fer­­nando Londoño (2002-2004) e feriu ao menos 24 pessoas num movimentado ponto da capital da Colômbia.

Londoño, alvo da ação, sofreu trauma no tórax e na cabeça, mas está estável. Ao longo do dia, informações desencontradas sobre o número de mortos circularam pelas agências. Em alguns casos, como na Reuters e na AFP, reportou-se a morte de cinco pessoas.

Nenhum grupo assumiu­­ o ataque. A Polícia Me­­tro­­po­­litana de Bogotá o atribuiu às Farc (Forças Armadas Re­­volucionárias da Colômbia), que está enfraquecida após a morte de vários líderes.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, não apontou a guerrilha em sua declaração na tevê: "Que buscam? Não sabemos. Vamos analisar bem esse ato. O que o terrorismo busca é causar pânico nas pessoas."

O atentado coincidiu com­­­­ a entrada em vigor, on­­tem, do TLC (Tratado de Li­­vre Co­­mércio) entre Estados Unidos e Co­­lôm­­bia, quando se previa protestos em Bogotá. As Farc sempre se disseram contra­­ o TLC.

Ataque mais grave na ca­­pital desde 2010, a ação tam­­bém tumultuou o debate­­ político: ocorreu no mesmo­­ dia em que a Câmara de Re­­presentantes (equivalente a deputados) colombiana debateria a chamada lei do "Marco para a Paz".

Trata-se de uma proposta do governo que daria ao presidente instrumentos de "justiça transicional", como redução de pena e anistias, a serem usados num eventual processo de paz com as Farc.

Partidos conservadores ligados ao ex-presidente Álvaro Uribe, hoje um desafeto de Santos, são contra a lei, que consideram "uma anistia de presente" para as Farc.

O ex-ministro Londoño, que fez parte do gabinete de­­ Uribe, é ferrenho crítico do marco em seu programa de rádio.

Deputados conservadores usaram o atentado para se declarar "impedidos por consciência" de votar a favor da lei enquanto o governo insistia na votação ainda ontem.

Não há ainda uma versão definitiva para o atentado. Uma das citadas é a de que dois homens em uma moto lançaram o explosivo na camionete do ex-ministro, destruindo os veículos em redor.

Carro-bomba

O ataque a Londoño ocorreu pouco depois de a polícia ter anunciado que havia impedido a explosão de um carro-bomba, que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pretendiam usar num ataque contra a central de polícia de Bogotá. Mais tarde, o prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, disse que um suspeito foi detido. Ele afirmou que a polícia está examinando as gravações de to­­das as câmeras da região, que podem ter captado outros suspeitos.

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