A duas semanas do referendo sobre a nova Constituição iraquiana e 20 dias do julgamento de Saddam Hussein, a insurgência iraquiana deu mais um claro sinal de recrudescimento, matando mais de 50 pessoas na explosão coordenada de três carros-bomba em Balad, na província de Salah al-Din, ao norte de Bagdá. Em Ramadi, a oeste da capital, cinco fuzileiros americanos morreram durante uma operação de combate, quando uma bomba explodiu na estrada que cruzavam.

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Numa rara ação noturna, os rebeldes atacaram perto de um mercado movimentado, num distrito de maioria xiita, na rua da delegacia de polícia de Balad. A cidade, a 90 quilômetros de Bagdá, não é predominantemente xiita ou sunita. Os dois grupos muçulmanos convivem ali. Pelo menos uma centena de pessoas ficou ferida no atentado.

Segundo uma fonte do Ministério do Interior iraquiano, as explosões se deram praticamente de forma simultânea. O primeiro carro explodiu às 18h30 (11h30, no horário de Brasília) na avenida Al-Masraf, uma das principais vias da cidade. Quando uma multidão se aproximou para ver o que havia acontecido ou para ajudar no traslado dos feridos, um outro veículo explodiu no mesmo local, dez minutos após a primeira explosão. O terceiro suicida detonou explosivos um pouco depois no bairro de Bab el Suq.

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Recentemente, o líder da Al-Qaeda no Iraque, declarou guerra aos xiitas, que são maioria no país e no governo. Terroristas e combatentes estrangeiros misturam-se a rebeldes sunitas na luta contra a presença de tropas estrangeiras no Iraque e o governo apoiado pelos EUA.

Quase ao mesmo tempo em que a polícia relatava os atentados em Balad, o comando militar americano informou que pelo menos cinco soldados morreram na explosão de uma outra bomba, colocada junto a uma rodovia. Os soldados, da 2ª Divisão de Fuzileiros Navais, estavam perto de Ramadi, cerca de 110 quilômetros a oeste de Bagdá. Ramadi é um importante reduto da insurgência iraquiana.

Mais de 1.900 soldados americanos morreram no Iraque desde o início da guerra. A principal causa de mortes são as bombas nas estradas, colocadas normalmente na margem das rodovias e detonadas quando os veículos ou comboios militares passam.

Comandantes americanos acreditam que, nos últimos meses, os insurgentes desenvolveram bombas mais potentes para este tipo de atentado, capazes de penetrar a blindagem, aumentando o risco de morte.