Ouça este conteúdo
Um ataque ocorrido nesta quarta-feira (29) a uma unidade do Exército da Colômbia na região de Catatumbo, atribuído ao Exército de Libertação Nacional (ELN) e que teve saldo de nove militares mortos e nove feridos, gerou pedidos da oposição para que o presidente Gustavo Petro interrompa as negociações de paz com a guerrilha.
De acordo com o Exército, o ataque foi cometido pelo ELN em Guamalito, uma vila no município de El Carmen, no departamento de Norte de Santander, contra os soldados do Batalhão Especial de Energia e Estradas nº 10.
Em Catatumbo, que abrange uma dezena de municípios do Norte de Santander e é uma das regiões com maior cultivo de coca da Colômbia, atua também a 33ª frente de dissidentes das Farc, um contingente do Exército de Libertação Popular (EPL) e outras quadrilhas.
Durante o ataque, os militares “estavam verificando as operações de segurança envolvendo um bem estratégico da nação, o oleoduto Caño Limón-Coveñas”, disse a jornalistas o comandante das Forças Armadas, general Helder Fernan Giraldo Bonilla.
De acordo com dados divulgados recentemente, o ELN cometeu neste ano ao menos oito ataques contra este oleoduto, que é administrado pela estatal Ecopetrol e é um dos mais importantes do país.
A oposição pediu que os diálogos de paz, iniciados a partir da chegada de Petro à presidência, no ano passado, sejam interrompidos.
“Presidente Gustavo Petro, suspenda imediatamente a mesa de diálogo com os terroristas do ELN, eles demonstraram mais uma vez que não têm vontade de diálogo nem de paz. A Colômbia exige liberdade e ordem”, afirmou Juan Espinal, deputado e porta-voz do Centro Democrático, em declarações publicadas pelo site da rádio Caracol.
O senador Carlos Fernando Motoa, do partido Mudança Radical, pediu “medidas urgentes para combater esses criminosos”.
“É necessário que o governo acabe com essas negociações de paz improvisadas com o ELN e enfrente os criminosos, para capturá-los [...] e afastá-los dessa possibilidade de controle territorial, e exerça as funções constitucionais de defender todos os colombianos no país”, apontou.
Após o ataque, Petro pediu consultas com a delegação governamental que negocia com o ELN. “Chamei para consultas com a delegação do governo na mesa do ELN, os países garantidores e os países acompanhantes. Um processo de paz deve ser sério e responsável com a sociedade colombiana”, anunciou Petro no Twitter.
A convocação para o encontro, marcado para a próxima segunda-feira, “não significa um congelamento das conversas”, explicou a presidência colombiana, nem que o governo vai “deixar a mesa” de negociações, mas servirá para as partes “avaliarem decisões relativas aos eventos recentes”.
O ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, criticou o ataque e disse que “este fato pouco contribui para a paz”.