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Istambul

Atentado em aeroporto da Turquia deixa 36 mortos

 | HANDOUT / AFP
(Foto: HANDOUT / AFP)

Pelo menos 36 pessoas morreram e 147 ficaram feridas, nesta terça-feira à noite (28), em um atentado com três suicidas cometido em um terminal do aeroporto internacional Ataturk, em Istambul, o mais importante da Turquia, de acordo com o governo local. Todos os voos foram suspensos.

Segundo a agência de notícias Dogan, dois policiais estão entre as vítimas dos três terroristas suicidas, que se explodiram no aeroporto.

“Um terrorista começou a atirar com uma Kalashnikov e, então, se detonou”, relatou o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag, em pronunciamento no Parlamento, em Ancara.

Uma grande onda de pânico varreu o terminal de voos internacionais, quando duas violentas explosões seguidas de tiroteio foram ouvidas, por volta das 22h (16h, horário de Brasília).

“Foi muito forte. Todo mundo entrou em pânico e começou a correr em todas as direções”, disse um dos entrevistados à rede CNN-Türk.

Um grande efetivo de policiais estabeleceu um perímetro de segurança na área afetada, segundo as imagens. Fotos divulgadas nas redes sociais mostram danos materiais significativos dentro do terminal e passageiros deitados no chão.

O aeroporto internacional de Ataturk é o 11.º do mundo em fluxo de pessoas, registrando cerca de 60 milhões de passageiros no ano passado.

Rebeldes curdos ou extremistas

Em 2015, a Turquia foi atingida por uma série de atentados letais, atribuídos a rebeldes curdos e ao grupo Estado Islâmico (EI).

Em entrevista à CNN-Türk, o especialista em Segurança e Terrorismo Abdullah Agar privilegiou a tese de atentado “jihadista”.

“Isso parece muito com os métodos deles”, afirmou, referindo-se aos ataques contra o aeroporto e metrô de Bruxelas em março deste ano.

O outro aeroporto de Istambul, o Sabiha Gokcen, foi atingido em dezembro passado por um atentado. Um funcionário morreu.

Istambul e a capital, Ancara, as duas maiores cidades do país, sofrem desde o ano passado com uma sequência de atentados que já deixaram quase 200 mortos e um grande número de feridos.

Esses ataques foram atribuídos ao EI - que não reivindicou nenhum deles -, ou aos rebeldes curdos, sobretudo, do TAK, um braço do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

O PKK retomou as armas há um ano contra o governo, após um cessar-fogo de dois anos.

Ataques

Há vários meses, a Turquia se encontra em estado de alerta por uma série inédita de atentados atribuídos ao grupo extremista EI (Estado Islâmico) ou relacionados com o reinício do conflito curdo.

O último grande ataque a Istambul ocorreu no dia 7 de junho, quando ao menos 11 pessoas morreram -sete policiais e quatro civis- e mais de 36 ficaram feridas pela explosão de um carro-bomba em um bairro histórico da cidade.

Antes, dois atentados suicidas atribuídos ao EI já haviam sido registrados em áreas turísticas de Istambul.

Em 19 de março, um homem-bomba atacou uma via comercial do centro e matou quatro turistas estrangeiros (três israelenses e um iraniano).

Em janeiro, outro atentado suicida matou 12 turistas alemães no centro histórico da cidade.

Quando os ataques miram as forças de segurança, as autoridades os atribuem aos rebeldes curdos, que lutam contra o exército turco no sudeste do país.

Os atentados abalaram o setor de turismo na Turquia, com uma queda do número de visitantes de 28% em abril deste ano na comparação com o mesmo mês de 2015. A queda mensal foi a maior em 17 anos e preocupa o governo.

A Turquia, membro da Otan (aliança militar ocidental) e da coalizão liderada pelos Estados Unidos que luta contra o EI no Iraque e na Síria, havia intensificado as operações contra a facção na região norte da Síria, onde os extremistas controlam muitas áreas próximas à fronteira.

De acordo com analistas, isso deixa o país mais vulnerável ao risco de atentados.

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