Afeganistão
Espião pode ter facilitado ataque
Agência Estado
O homem-bomba que matou oito norte-americanos, incluindo sete agentes da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), na última quarta-feira, pode ter conseguido passar por múltiplas camadas do complexo de segurança dos EUA ajudado por um informante afegão dentro da CIA.
Se isso for verdade, sugere que os rebeldes viraram a mesa e conseguiram colocar seus próprios agentes perto do complexo que a CIA usava para cultivar informantes.
Na quarta-feira, autoridades da CIA haviam convidado o afegão para a base com a esperança de recrutá-lo como informante. Eles usaram um intermediário, também afegão, para acertar o encontro. O homem chegou usando um uniforme do Exército do país, disseram as autoridades, e conseguiu chegar até perto de uma área de ginástica antes de se explodir.
O ataque mostra uma estratégia que os rebeldes vêm empregando cada vez mais nos últimos meses: usar uniformes e veículos do Exército e da polícia do Afeganistão para cometer ataques.
Na sexta-feira, o movimento Taleban no Paquistão assumiu a autoria do ataque.
A polícia paquistanesa informou que a explosão de um carro-bomba matou pelo menos 88 pessoas na última sexta-feira, incluindo oito crianças, num jogo de voleibol numa cidade localizada no noroeste do Paquistão, perto de áreas abaladas por atritos tribais.
O policial Habib Khan afirmou que o atentado ocorreu em Lakki Marwat. Outras 37 pessoas ficaram feridas no ataque, das quais 13 estão em situação crítica. O suicida dirigiu o carro-bomba, com 250 quilos de explosivos, direto à entrada do estádio onde as pessoas haviam se reunido para assistir o jogo e detonou a carga.
O chefe da polícia local, Ayub Khan, afirmou que o ataque pode ter sido uma retaliação pela tentativa dos moradores locais de expulsarem rebeldes com a criação de uma milícia própria. Ele disse que algumas casas próximas desabaram e que outras pessoas podem estar presas sob os escombros.
Laki Marwat fica perto do Waziristão do Norte e do Sul, duas regiões tribais onde os rebeldes proliferaram. Desde que o Exército lançou uma ofensiva por terra no Waziristão do Sul, em outubro, uma série de explosões de bombas deixou mais de 500 mortos no Paquistão.
Outro policial, Habib Khan, disse que 300 pessoas assistiam ao jogo quando aconteceu o atentado.
Também nesta sexta-feira, um suposto míssil norte-americano atingiu um carro que transportava possíveis militantes num automóvel no Waziristão do Norte. Segundo oficiais da inteligência paquistanesa, três homens que estavam no carro foram mortos. Este foi o segundo ataque do tipo em menos de um dia.
Na quinta-feira, um míssil também atingiu uma casa perto da cidade de Mir Ali, matando três outras pessoas.