Equipe da polícia faz busca em frente da base britânica de Massereene, onde ocorreu o atentado: volta do terror| Foto: Peter Muhly/AFP
Veja onde fica o local do ataque

Dois soldados morreram em um ataque com armas de fogo contra uma base do Exército britânico da Irlanda do Norte. Outros dois militares e dois civis ficaram feridos no atentado, que aconteceu às 18h40 (no horário de Brasília) de sábado, na base de Massereene, a cerca de 25 quilômetros ao norte de Belfast.

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Os quatro feridos, todos homens e cujo estado é grave, foram levados a um hospital próximo, enquanto foi iniciada uma ampla operação de segurança na área que rodeia os barracões, que são sede do 38º Regimento de Engenheiros.

Segundo testemunhas, um grupo de desconhecidos se aproximou da base de carro, disparou cerca de 40 tiros contra os soldados e fugiu.

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O IRA Autêntico, braço dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA), assumiu ontem o ataque. O IRA Autêntico nasceu em outubro de 1997 de uma cisão com o IRA, a principal milícia católica da Irlanda do Norte, que renunciou à violência e desmantelou seu arsenal em 2005. É o mais importante dos grupos republicanos dissidentes.

Suzanne Breen, repórter do jornal The Sunday Tribune, assegurou à BBC que recebeu pessoalmente um telefonema de uma pessoa que disse pertencer à Brigada South Antrim, do Ira Autêntico, reivindicando o atentado. "Disse que não se desculpava pelo ato contra a base militar de Massereene nem pelos entregadores de pizzas feridos aos quais chamou de colaboradores com a dominação britânica na Irlanda", acrescentou.

Crise

O primeiro-ministro da República da Irlanda, Brian Cowen, disse ontem que o atentado não desestabilizará o governo de poder compartilhado entre católicos e protestantes, nem o processo de paz na Província. O ataque está sendo considerado pelas autoridades o pior na última década.

"Todos achávamos que a violência sem sentido era uma coisa do passado. A violência foi totalmente rejeitada pelos cidadãos desta ilha, tanto do norte quanto do sul", disse Cowen. O primeiro-ministro ressaltou que os autores do atentado serão detidos e levados à Justiça.

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O ministro de Assuntos Exteriores da República da Irlanda, Micheál Martin, condenou "energicamente este ataque assassino, cujo objetivo é a população irlandesa, tanto do norte quanto do sul".

Segundo Martin, o atentado tenta prejudicar os "admiráveis progressos alcançados durante os últimos anos" para deixar para trás um conflito que durou mais de três décadas.

Massacre

A polícia da Irlanda do Norte (PSNI, sigla em inglês) afirmou que o objetivo dos terroristas era causar um massacre.

"Não tenho dúvida alguma de que este atentado pretendia causar um massacre. Na noite passada, duas pessoas muito jovens perderam suas vidas em um ataque duro e impiedoso de terroristas que não tiveram em conta quem estava nos arredores", disse Derek Williamson, superintendente da PSNI à frente das investigações.

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