O ministro libanês da Indústria, Pierre Gemayel, foi morto num atentando cometido nas imediações de Beirute, segundo informou em entrevista coletiva o líder da maioria parlamentar do Líbano, Saad Hariri.

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Gemayel, um líder cristão, era um dos principais apoios do primeiro-ministro Fouad Siniora, e o atentado se soma a outros realizados nos últimos meses contra personalidades políticas e da mídia do Líbano.

Fontes dizem que pistoleiros abriram fogo contra o comboio que o conduzia pelo bairro cristão Sin el-Fil. Ele foi levado a um hospital e morreu em decorrência dos ferimentos.Carro em que o ministro viajava / FOTO: Reuters

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Pierre Gemayel se tornou o décimo líder político assassinado no Líbano desde a década de 30.

Seu pai e seu tio, respectivamente Amin e Bacir Gemayel, foram eleitos presidentes do Líbano. Bachir foi assassinado em 1982, num explosão na sede de seu partido que matou outras 25 pessoas, quando estava a nove dias de tomar posse.

Seu avô também se chamava Pierre Gemayel. Foi o avô quem fundou o Partido Falangista. Inicialmente, o avô era simpático aos palestinos. Mas mudou de postura em virtude do apoio palestino ao Movimento Nacional Libanês, um frente de grupos e partidos muito ativa durante a guerra civil. O movimento rejeitou o pacto para pôr fim à guerra e estabelecer uma democracia sem teor sectário, contra o que ele se opôs. Pierre avô sobreviveu a vários atentados.Pierre Gemayel, em foto sem data / FOTO: EFE

Pierre neto se opunha à influência da Síria no Líbano. A Síria é vista por muitos libaneses como a responsável pelo assassinato do então ex-primeiro-ministro Rafik Al-Hariri, em fevereiro do ano passado. O assassinato de Hariri deverá ser investigado por um tribunal da ONU, segundo projeto de resolução que foi aceito pelo gabinete libanês , com apoio de Gemayel. A Síria nega qualquer participação no atentado, cometido por um caminhão-bomba.

O Líbano está dentro de uma tempestade política. A maioria que hoje controla o país luta contra a oposição pró-Síria. Tal confronto pode levar a confrontos sangrentos nas ruas.

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Nesta terça-feira, o primeiro-ministro Fouad Siniora tinha dito que seu gabinete é legítimo, apesar da renúncia de seis ministros pró-Síria .

O Hezbollah e seus aliados estão se preparando para tomar as ruas exigindo o fim do governo de Siniora, sob as acusações de que se trata de um governo alinhado com os Estados Unidos e sem legitimidade, já que os xiitas não estão representados no gabinete.

O líder do Hezbollah disse, na semana passada, que o governo "vai sair" .

Gemayel se torna o primeiro político adversário da Síria a ser morto desde dezembro do ano passado, quando um carro-bomba matou Gebran Tueni.