Um caminhão-bomba explodiu em uma área movimentada e próxima ao Ministério de Relações Exteriores em Mogadício, capital da Somália, no sábado (14). Dezenas de prédios foram afetados e vários veículos pegaram fogo.
Algumas horas depois, uma segunda explosão foi registrada no bairro de Medina.
Até o momento, 300 mortes foram confirmadas e mais de 400 pessoas ficaram feridas.
Na noite de sábado para domingo (15), equipes de resgate com tochas procuraram sobreviventes nos escombros do Hotel Safari, próximo de onde a primeira bomba explodiu. O muro e os portões de ferro do hotel foram completamente destruídos.
“É difícil ter um número [de mortos] preciso porque os corpos foram levados para hospitais diferentes e alguns foram retirados dos locais das explosões diretamente por seus familiares para serem enterrados”, disse Ibrahim Mohamed, um chefe de polícia. Para ele, trata-se do pior atentado que o país já teve.
O governo chamou o episódio de “desastre nacional”.
“Eles não se importam com as vidas do povo somali, de mães, pais e crianças”, disse o primeiro-ministro Hassan Ali Khaire. “Eles atacaram a área mais populosa de Mogadício, matando apenas civis”.
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Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas o governo somali, que é respaldado pela comunidade internacional, culpou os rebeldes shebaab, um grupo embrião da Al-Qaeda que executa com frequência ataques suicidas na capital em sua luta contra o governo.
Os shebaab foram expulsos da capital da Somália há seis anos por tropas somalis e da União Africana. Com o passar dos anos, perderam o controle das principais cidades do sul da Somália.
Mas os rebeldes continuam controlando as zonas rurais e executam ataques contra os militares, o governo e alvos civis, assim como ataques terroristas no Quênia.
O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmaajo, declarou três dias de luto nacional e pediu à população que doasse sangue para o tratamento dos feridos.
Hospitais estão tendo dificuldade para tratar as centenas de feridos, muitos com queimaduras graves que impossibilitam sua identificação por familiares.
“O hospital está sobrecarregado tanto com os feridos quanto com os mortos. Nós recebemos pessoas que perderam membros na explosão. É realmente terrível, algo diferente de tudo que já vivemos” disse o Dr. Mohamed Yusuf, diretor do hospital de Medina.
Zainab Sharif, mãe de duas crianças, perdeu seu marido no atentado. Ele foi declarado morto no hospital depois de médicos tentarem tratar uma lesão em uma artéria. “Não há nada que eu possa dizer. Nós perdemos tudo”, afirmou Sharif.
As explosões aconteceram dois dias depois das renúncias do ministro da Defesa e do comandante do Exército, que não explicaram seus motivos para deixarem os cargos.
Em nota, o Itamaraty condenou o ataque terrorista e transmitiu suas condolências às famílias das vítimas.
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