Sete bombas explodiram a leste de Argel, na terça-feira, matando seis pessoas, afirmou a agência oficial de notícias APS, da Argélia.

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Os ataques, aparentemente coordenados, teriam sido realizados por militantes islâmicos.

Moradores da área atingida disseram que quatro das explosões tiveram como alvo delegacias de polícia.

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``Acordei com o barulho de uma grande explosão. Pensei que fosse um terremoto'', afirmou Aaref Jumaa, morador do vilarejo de Si Mustafa, perto da cidade de Boumerdes (localizada 50 quilômetros a leste de Argel).

Jumaa, que estava em pé ao lado dos muros chamuscados da delegacia de polícia de Si Mustafa, disse que a bomba foi detonada às 4h15 (1h15 em Brasília). A delegacia fica na frente da casa dele. Poças de sangue podiam ser vistas em um bueiro da rua central.

``A partir de agora, vou dormir com medo no coração,'' disse uma mulher que tirava os destroços lançados em sua cozinha.

A agência APS disse que seis pessoas tinham morrido em sete ataques ocorridos a leste de Argel. Mas a agência não identificou quais seriam os alvos das ações.

Por enquanto, ninguém assumiu a responsabilidade pelos ataques, mas argelinos afirmaram suspeitar da ação de rebeldes islâmicos que se aliaram à rede Al Qaeda e que, nos últimos meses, intensificaram sua campanha de atentados e emboscadas.

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Segundo moradores da área atingida, foram atacadas as delegacias dos vilarejos de Si Mustafa, Draa Benkheda, Meklaa e Zemouri. E estariam sendo verificadas informações sobre um atentado a bomba contra uma quinta delegacia localizada perto da cidade de Boumerdes.

Os militantes islâmicos da Argélia deram início a uma revolta armada em 1992, depois de o governo então sustentado pelos militares, temendo uma revolução islâmica parecida com a ocorrida no Irã, ter anulado as eleições parlamentares que seriam vencidas por um partido islamita, a Frente de Salvação Islâmica (FIS).

Até 200 mil pessoas foram mortas na onda de violência que se seguiu. Nos últimos anos, porém, diminuiu bastante o número de ataques.

Os atentados de terça-feira foram os primeiros realizados contra delegacias de polícia na Argélia desde que caminhões-bomba explodiram quase ao mesmo tempo em duas delegacias, no dia 30 de outubro, na região de Argel, matando três pessoas e ferindo outras 24.