Pelo menos 300 pessoas morreram em quatro atentados na Síria na quinta-feira. Noventa pessoas morreram ao redor de Damasco - 60 delas na explosão de um potente carro-bomba no distrito central de Mazraa, perto da embaixada da Rússia e de escritórios do partido Baath, do presidente Bashar al-Assad. Os ataques tornaram a quinta-feira um dos dias mais sangrentos na Síria desde a início da revolta contra Assad há quase dois anos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres.
Além de Damasco, foram registrados três atentados coordenados no distrito de Barzeh, a nordeste, segundo o grupo sediado na Grã-Bretanha. A mídia estatal síria colocou o número de mortos no atentado de Mazraa em 53, além de 200 feridos. Ativistas e autoridades disseram que a maioria dos mortos era de civis, incluindo crianças.
Além da violência na capital, mais de 200 pessoas foram mortas em outros lugares, incluindo nos subúrbios de Damasco, e nas cidades de Deraa e Aleppo, totalizando quase 300 mortos na quinta-feira.
A ONU diz que 70 mil pessoas morreram no conflito da Síria, o mais sangrento e mais prolongado dos levantes que abalaram o mundo árabe nos últimos dois anos.
A Rússia, aliada incondicional de Assad, acusou os Estados Unidos, nesta sexta-feira, de ter padrões duplos sobre a violência na Síria, dizendo que Washington havia bloqueado uma declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando a explosão em Mazraa.
"Vemos uma tendência muito perigosa de nossos colegas norte-americanos para afastar-se do princípio fundamental da condenação incondicional a qualquer ato terrorista, um princípio que assegura a unidade da comunidade internacional na luta contra o terrorismo", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov.
Não houve reivindicação de autoria dos ataques de quinta-feira, mas o grupo rebelde Al Jabhat Nusra, ligado à Al Qaeda, assumiu a responsabilidade de dezenas de ataques no ano passado, incluindo bombardeios devastadores em Damasco e Aleppo.