Bagdá – Três atentados contra iraquianos que realizavam suas compras para as festas religiosas marcaram ontem o final do Ramadã mais sangrento no Iraque desde a invasão americana em 2003, enquanto Washington avalia uma mudança de sua estratégia nesse país.

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O mês de jejum sagrado dos muçulmanos, o Ramadã, chegou ao seu fim com a festa do Aid al Fitr – sua data precisa é uma das muitas coisas que dividem os sunitas iraquianos da maioria xiita – depois de 30 dias de matanças intensas, até mesmo para um país assolado pela violência como o Iraque.

Centenas de iraquianos foram assassinados em ataques sectários de ambos os lados, enquanto que as perdas entre as forças americanas durante outubro se aproximaram do balanço total desde o início do ano.

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Este domingo não foi diferente, com diversos ataques que mataram mais de dez pessoas e feriram cerca de 50, entre elas várias crianças. Uma das bombas explodiu numa padaria do subúrbio de maioria xiita de Jadida, ferindo 20 pessoas que compravam bolos e doces para as festas.

Mais tarde, três mulheres e dois homens morreram quando um suicida detonou os explosivos que levava na cintura diante das lojas de roupas da avenida Palestina, leste de Bagdá.

Outra bomba explodiu em um carro de lotação quando passava pelo movimento mercado de Chorja. Segundo a polícia, o passageiro deixou a bomba cair escondida atrás do táxi e saiu do carro. Vinte metros depois, o veículo explodiu.

Outra explosão atingiu uma patrulha da polícia e os oficiais, presas do pânico, começaram a disparar às cegas. Quinze recrutas da polícia iraquiana morreram e 24 ficaram feridos por uma bomba artesanal que explodiu perto de Baaquba (norte de Bagdá), conforme anunciou o general Ghassan al Baui, diretor da polícia da província de Dyala.

Por outro lado, as forças da coalizão lideradas pelos Estados Unidos realizaram um ataque aéreo ao sul da capital, matando cinco rebeldes numa estrada próxima à localidade de Arab Jabur.

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Estratégia

Os militares americanos esperam que o fim do Ramadã acabe com esse derramamento de sangue, mas o caos reinante no país modificou os termos do debate em Washington, onde já se fala de uma mudança de estratégia. O presidente George W. Bush se reuniu na véspera com seus comandantes militares para analisar a situação, em meio a rumores de que os Estados Unidos estão perdendo a confiança na capacidade ou na vontade do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, de deter a violência.

A Casa Branca assinalou que as conversas versaram sobre a natureza do inimigo e a melhor estratégia para ter êxito na região e para garantir a segurança dos americanos.

Mas, segundo o jornal The New York Times, os comandos americanos poderão impor prazo a Maliki para controlar a violência e colaborar com a segurança para não enfrentar punições políticas.

"Há uma coisa que não faremos: não tiraremos nossas tropas do campo de batalha até que a missão esteja completada", afirmou Bush em seu discurso semanal por rádio, duas semanas antes das eleições legislativas em seu país.

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