Câmeras de tevê e de outros meios de comunicação acompanham a contagem dos votos depois do fim da votação no sudeste da cidade de Basra| Foto: Essam Al-Sudani/AFP

O rugido de fortes explosões sacudiu o amanhecer ontem em Bagdá, minutos antes da abertura das urnas para uma eleição parlamentar que grupos insurgentes haviam jurado manchar de sangue.

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As bombas não foram suficien­­tes para impedir um alto comparecimento dos iraquianos, evidenciando o apego ao voto de to­­das as facções do país. Não foi di­­vulgada uma estimativa oficial de presença.

Os ataques deixaram ao menos 38 mortos pelo país, quase todos na capital, apesar de um esquema de segurança que fechou as fronteiras e mobilizou centenas de milhares de policiais e soldados.

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A violência maculou uma eleição tida como um avanço na consolidação da democracia iraquiana e cujos resultados só serão conhecidos dentro de alguns dias. Com a participação neste ano da influente minoria sunita, que boi­­cotara o pleito de 2005, au­­mentam as chances de um resultado apertado que leve a um governo de coalizão.

Conversas pela formação de um gabinete podem levar meses, deixando um vácuo de poder prejudicial aos atuais esforços anti-insurgência.

A primeira explosão foi ouvida em Bagdá às 6h50, quando faltavam dez minutos para a abertura dos centros de votação. Uma se­­gunda explosão veio em seguida.

Estava claro a partir dali que o autodenominado braço iraquiano da sunita Al-Qaeda cumpriria a promessa de lançar ataques contra o pleito, visto como ilegítimo e favorável à maioria xiita do país (60%).

Os estouros vinham de dois atentados ocorridos em Ur, um bairro popular ao norte de Bagdá. No mais letal, 25 pessoas morreram quando um míssil Katyusha destruiu o prédio onde moravam. A dois quilômetros dali, uma casa desabou na explosão de uma bomba, matando seis pessoas. Os demais ataques foram lançados com granadas e morteiros.

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Na medida em que as ações mais severas do dia não visaram alvos diretamente relacionados ao pleito, suspeita-se de que te­­nham sido improvisadas diante das dificuldades em carregar ex­­plosivos pela cidade devido a postos de controle em praticamente todas as ruas.

O secretário da Defesa americano, Robert Gates, disse que a melhora da segurança observada desde 2007 forçou os insurgentes a adotar novas táticas. Ele disse que "no geral, foi um bom dia pa­­ra os iraquianos e para to­­­dos nós’’.