Lutando para dar conta de um influxo recorde de pessoas que buscam asilo, a Alemanha disse nesta segunda-feira a seus parceiros europeus que eles também precisam acolher mais refugiados, afirmando que o fardo não pode recair somente sobre alguns países.
A chanceler alemã, Angela Merkel, falando após um fim de semana durante o qual 20 mil migrantes deixaram a Hungria em direção à Alemanha de trem, ônibus e a pé, descreveu os eventos dos últimos dias como “de tirar o fôlego” e tentou convencer os cidadãos alemães de que a crise é administrável.
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (7) que os refugiados em busca de abrigo na Europa vivem uma “situação chocante” e que o Brasil pode acolher essa população.
Leia a matéria completa“Estou feliz que a Alemanha tenha se tornado um país que muitas pessoas de fora da Alemanha agora associam com a esperança”, declarou Merkel em uma coletiva de imprensa em Berlim. “Isso é algo para se louvar quando se olha para nossa história.”
Mas Merkel e seu vice-chanceler, Sigmar Gabriel, aliaram a mensagem de otimismo a um alerta aos parceiros da União Europeia que têm resistido às pressões de Berlim, Paris e Bruxelas para o estabelecimento de cotas de refugiados vindos sobretudo da Síria, do Iraque e do Afeganistão.
“O que não é aceitável, na minha opinião, é que algumas pessoas estão dizendo que isso não tem nada a ver com elas”, disse Merkel. “Isso não irá funcionar no longo prazo. Haverá consequências, embora não saibamos quais.”
Gabriel afirmou que se os países do leste da Europa e de outras partes continuarem a rejeitar a parcela justa de refugiados que lhes cabe, o regime de fronteiras abertas do bloco, conhecido como Tratado de Schengen, ficará ameaçado.
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Leia a matéria completa“Isso seria um golpe político dramático para a Europa, mas também um golpe econômico forte, inclusive para aqueles países que estão dizendo que não querem ajudar agora”, disse.
Poucos meses depois de a Europa evitar por pouco a saída da Grécia da zona do euro, a crise de refugiados emergiu como o maior desafio do bloco.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deve revelar na quarta-feira novas propostas para a distribuição de refugiados entre os Estados-membros.
Uma fonte da UE afirmou à Reuters que, segundo o plano de Juncker, a Alemanha irá acolher mais de 40 mil e a França 30 mil de um total de 160 mil candidatos a asilo que o organismo disse que precisam ser realocados da Itália, da Grécia e da Hungria, principais pontos de entrada dos refugiados por terra e mar.
As 160 mil pessoas que Juncker quer redistribuir dentro da UE representam apenas uma fração das centenas de milhares de refugiados e migrantes econômicos da Ásia, África e Oriente Médio que chegaram à Europa neste ano em embarcações através do mar Mediterrâneo ou por terra através da península balcânica.
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A Alemanha anunciou que está acolhendo sírios que buscam asilo independentemente por onde entraram na UE, suspendendo as regras normais e acelerando o fluxo de migrantes para o norte e oeste do bloco.
Apenas no mês passado, mais de 100 mil pessoas que buscam asilo chegaram à Alemanha, que está se preparando para receber 800 mil este ano, cerca de 1 por cento de sua população, um movimento com poucos precedentes para um grande país ocidental.
A Grã-Bretanha irá reassentar 20 mil refugiados da Síria ao longo dos próximos cinco anos, declarou o primeiro-ministro, David Cameron, respondendo a um clamor público crescente para que seu governo faça mais para ajudar.
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