Um homem abriu fogo em uma igreja batista no Texas, nos EUA, neste domingo (5), e deixou 26 mortos e cerca de 20 feridos. O número foi anunciado pelo governador texano, Greg Abbott, em uma entrevista coletiva na noite deste domingo. Segundo Abbott, é o pior ataque a tiros da história do Texas.
Freeman Martin, do Departamento de Segurança Pública do Texas, afirmou que 23 pessoas foram mortas dentro da igreja, duas do lado de fora e uma na rota de fuga do atirador. A idade das vítimas vai de 5 a 72 anos, segundo as autoridades.
O comissário de polícia do condado de Wilson, no subúrbio da cidade de San Antonio, disse que o atirador foi perseguido até o condado vizinho de Guadalupe e morreu, mas não estava claro se ele se matou ou se foi morto pelos policiais.
Também não se sabia se o atirador estava incluído no número de vítimas, afirmou o xerife Joe Tackitt. Ainda não há informações oficiais sobre a motivação do ataque.
O suspeito foi identificado como Devin P. Kelley, 26. Segundo o deputado texano Henry Cuellar, que representa o distrito onde está localizada a igreja, Kelley veio de Comal, condado ao norte de San Antonio.
Testemunhas afirmaram que o atirador entrou na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs por volta de 11h30 da manhã deste domingo (15h30 em Brasília).
Uma vizinha da igreja contou ao jornal "San Antonio Express" que os disparos soaram como "alguém martelando um pedaço de madeira". Ela, que não quis se identificar, disse que ouviu uma rápida sequência de "pop-pop-pop", então uma pausa, e uma nova sucessão de "pop-pop-pop".
O padrão se repetia, mas ela conta que olhava para a igreja e não via atividade alguma. Minutos depois, chegaram os carros da polícia. "Estou em choque", disse ela, que vive em Sutherland Springs por quase 20 anos e contou que a atmosfera da cidade sempre foi pacata e amigável. "É inacreditável."
Sutherland Springs, a 48 quilômetros de San Antonio, tinha cerca de 400 habitantes na época do Censo de 1990. Sites de imobiliárias locais estimam a população hoje em 643 pessoas. Um mapa da cidade mostra nove ruas e duas estradas que as cruzam.
"Tem um posto de gasolina e um correio. Isso é meio que tudo", descreveu Joseph Silva, 49, ao "New York Times". Ele disse que a polícia deu instruções para que não saísse de casa.
Uma moradora, Alena Berlanga, afirmou à Associated Press que todos se conhecem na pequena comunidade. "Isso é terrível para nossa cidadezinha. Todo mundo conhece alguém que foi afetado."
Vítimas
Entre as vítimas está a filha de 14 anos do pastor da igreja batista, Frank Pomeroy, segundo a mãe da garota, Sherri Pomeroy, disse à rede CNN. O casal está em viagem fora do Estado.
Frequentadora da igreja batista, Amanda Mosel, 34, afirmou ao jornal "San Antonio Express" que sua afilhada de 13 anos foi morta no ataque. "Somos cerca de 50. É uma igreja bem pequena", disse ela, que não tinha ido ao templo neste domingo.
A porta-voz de um hospital de Floresville, a 16 quilômetros de Sutherland Springs, afirmou que ao menos dez pessoas deram entrada para tratar ferimentos por tiros.
Reações
O presidente americano, Donald Trump, que está em viagem ao Japão, prestou condolências às vítimas. "Que Deus esteja com as pessoas de Sutherland Springs. O FBI e a polícia estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão." "Nossas orações estão com todos aqueles machucados por este horrível ato", afirmou o governador do Texas, o republicano Greg Abbott.
A nova chacina reforça o debate sobre controle de armas nos EUA pouco mais de um mês após um atirador matar 58 pessoas e ferir mais de 500 em Las Vegas. Dia 1º, um homem matou três pessoas em uma loja no Colorado.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”