A namorada do homem que matou 59 pessoas no domingo (1º) ao atirar em uma multidão reunida para um show em Las Vegas afirmou, nesta quarta-feira (4), que ele "nunca disse ou fez nada que pudesse ser entendido como alerta de que algo terrível estava para acontecer". Em comunicado lido por seu advogado, Marilou Danley descreveu Stephen Paddock como um homem "carinhoso, atencioso e tranquilo".
Ela estava nas Filipinas quando o namorado perpetrou o maior ataque a tiros da história dos EUA, e voltou a Los Angeles na terça (3), onde foi sabatinada no dia seguinte pelo FBI (polícia federal americana). Espera-se que possa ajudar a esclarecer a motivação do massacre.
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No texto, divulgado após o interrogatório policial, Danley confirmou ter recebido de Paddock um bilhete de avião para visitar a família dela no Sudeste Asiático, assim como uma transferência inesperada de US$ 100 mil (R$ 315 mil) --destinada, segundo as instruções dele, à compra de uma casa por lá.
"Fiquei agradecida, mas, honestamente, temi que fosse um jeito de terminar o relacionamento comigo. Não me ocorreu de forma alguma que ele estivesse planejando [um ato de] violência contra quem quer que fosse."
O advogado de Danley afirmou que sua cliente irá colaborar com a polícia.
Paddock e Danley, 62, conheceram-se muitos anos atrás, quando ela trabalhava como hostess em um cassino de Reno (Nevada) do qual ele era frequentador assíduo. Australiana, ela nasceu nas Filipinas, tem uma filha que mora na Califórnia e foi casada com outro americano por 25 anos.
"Tenho certeza de que ela não sabe de nada", disse à CNN uma das irmãs de Danley. "Ele a mandou embora [para as Filipinas] para não interferir em seus planos [...] Ela nem sabia que ia viajar, até Steve dizer: 'Marilou, encontrei uma passagem barata para você'."
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Paddock e Danley moravam juntos em Mesquite, a 120 quilômetros de Las Vegas, e ele também tinha uma casa em Reno. Nas duas residências e no quarto do hotel Mandalay Bay, do alto do qual ele alvejou uma aglomeração de mais de 20 mil pessoas, foram encontradas ao todo 47 armas.
A gerente de um café que o casal frequentava em Mesquite contou ao "Los Angeles Times" que, em público, o aposentado tratava muito mal a namorada. "Acontecia muito de ele a xingar, maltratar verbalmente", disse.
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