A estudante Lynda Sorenson achou já no primeiro dia da faculdade que seu colega Jared Lee Loughner, que no sábado matou seis pessoas e feriu 14 no Arizona, parecia louco, e temia que ele aparecesse algum dia com uma arma automática.
A professora universitária Debbie Scheidemantel chamou a polícia para tirar Loughner da classe porque ele não se acalmava, bradando sobre seu direito constitucional de ser aprovado numa disciplina.
E o vizinho Roger Whithed disse numa entrevista que Loughner parecia ser alguém "à margem da sociedade", que ficava sentado na porta de casa fumando, sem fazer nada.
Loughner será formalmente indiciado na segunda-feira pelos disparos feitos no sábado no estacionamento de um centro comercial do Arizona, onde a deputada democrata Gabrielle Giffords participava de um evento com o público. A parlamentar foi baleada na cabeça e está em estado crítico.
Em junho do ano passado, Sorenson, que era colega de Loughner no Pima Community College, praticamente previu o futuro. "Tomara que ele esteja logo fora da classe, e não volte com uma arma automática", escreveu ela no primeiro dia de aulas, num email exibido pelo canal NBC.
Grant Wiens, de 22 anos, estava um ano à frente de Loughner no ensino médio, na Mountain View High School, em Tucson, e recentemente foi colega dele numa aula de biologia da faculdade comunitária.
Wiens ficou chocado, mas não surpreso, com a atitude do colega, pois tinha uma "intuição" de que ele poderia ser violento.
"Ele tinha opiniões fortes, e embora se desse bem com as pessoas nunca parecia ligar para o que os outros pensavam", afirmou.
As autoridades disseram que na casa de Loughner havia papéis com as frases manuscritas "Planejei de antemão" e "Meu assassinato", junto com o nome de Giffords e o que parecia ser a assinatura do suspeito.
Vídeos no YouTube também prenunciavam problemas. Alguns deles, postados por uma pessoa identificada como Jared Lee Loughner, contêm frases desconexas sobre a criação de uma nova moeda e o controle da gramática pelo governo.
O Pima Community College disse ter suspendido Loughner em 29 de setembro de 2010, depois que a polícia do campus descobriu um vídeo do YouTube em que Loughner alegava que a faculdade era ilegal sob a Constituição dos EUA.
Ele deixou a faculdade menos de uma semana depois, e a direção afirmou numa carta que ele só poderia ser readmitido se apresentasse um atestado de saúde mental, provando não representar um perigo para si ou para os outros.
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