Casa Branca: Tiroteio não tem ligação com terrorismo
As autoridades americanas não acreditam que o tiroteio num cinema de Colorado que exibia o filme Batman e onde morreram 12 pessoas esteja relacionado com o terrorismo, afirmou a Casa Branca nesta sexta-feira.
"A investigação está em andamento e o que podemos dizer é que não acreditamos, neste ponto, que exista uma aparente conexão com o terrorismo", declarou Jay Carney, porta-voz do presidente Barack Obama.
EUA: os tiroteios mais fatais dos últimos 20 anos
O tiroteio que custou a vida de ao menos 12 pessoas em Aurora, na periferia de Denver, e que deixou outros 50 feridos, é um dos mais letais dos últimos 20 anos nos Estados Unidos.
Jornalista morta na estreia de Batman sobreviveu à tiroteio em Toronto
Jessica Ghawi, uma jornalista esportiva que testemunhou o tiroteio no início de junho em um centro comercial de Toronto, está entre as vítimas do massacre desta sexta-feira no cinema do Colorado que exibia a pré-estreia do filme Batman.
Um atirador mascarado matou 12 pessoas e feriu outras 50 na madrugada desta sexta-feira em um cinema de Denver durante a exibição do novo filme do Batman, ao abrir fogo contra espectadores e lançar uma bomba de gás lacrimogêneo dentro da sala.
» Veja fotos do local do ataque
O número de mortos foi reduzido de 14 para 12 pela polícia. O porta-voz policial Frank Fania disse à NBC News que 10 pessoas morreram no cinema e outras duas em um hospital em decorrência de ferimentos sofrido no ataque, ocorrido dentro de um shopping no subúrbio de Aurora.
"Esse é um fato terrível", disse o chefe de polícia Dan Oates, acrescentando que o suspeito foi detido e que não há sinais de envolvimento de um outro atirador.
Dezenas de policiais foram às pressas para o local e autoridades desocuparam a área para verificar se havia algum explosivo.
Uma testemunha contou à CNN que viu "uma pessoa subindo lentamente as escadas e disparando, escolhendo as pessoas aleatoriamente" durante a exibição de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge".
O detido pelo ataque ocorrido na madrugada desta sexta-feira em um cinema da cidade de Aurora, na periferia de Denver (Colorado), é James Holmes, um jovem de 24 anos, natural do estado do Tennessee, confirmou um agente do FBI para a imprensa local.
Ele utilizava um colete à prova de balas e estava armado com um rifle e duas pistolas, acrescentando que lançou algum tipo de dispositivo de fumaça para semear o pânico.
Segundo a polícia, "não havia evidências" de um segundo atirador, depois que informações iniciais apontavam para a participação de duas pessoas no ataque.
Oates disse que o suspeito alegou ter explosivos em sua casa e disse que o prédio onde vivia foi evacuado e estava sendo revistado.
O suspeito foi preso em um estacionamento atrás do cinema e não ofereceu resistência.
O agente federal detalhou que o jovem nasceu em 13 de dezembro de 1987 e que mora em Aurora, a terceira cidade mais populosa do Colorado.
O prédio onde o suspeito vive também foi esvaziado. Ao ser detido, o rapaz portava uma faca, um rifle e uma pistola, e outra pistola foi achada no cinema. Ele também usava um colete à prova de balas.
Segundo Fania, o homem "apareceu na frente da tela" e começou a atirar.
Presidente Obama
O presidente Barack Obama, que foi informado sobre o incidente na manhã desta sexta por seu conselheiro de segurança nacional John Brennan, pediu que o povo americano "se una" com as pessoas de Aurora.
"Michelle e eu estamos chocados e tristes com o horrível e trágico tiroteio em Colorado. Agentes federais e locais ainda estão respondendo, e minha administração fará tudo o que puder para dar apoio ao povo de Aurora neste momento extraordinariamente difícil", disse Obama em comunicado.
Uma testemunha disse à CNN: "Escutamos algo entre 10 e 20 tiros, e pequenas explosões. Logo depois ouvimos pessoas gritando. Aí vieram no alto falante e disseram que todos precisavam sair. Assim que saímos, havia pessoas correndo e gritando."
Outra testemunha contou que o homem começou a atirar quando havia uma cena de tiroteio na tela, o que gerou confusão. Essa pessoa relatou que a sala ficou tomada por uma fumaça espessa.
Fania disse que a polícia recebeu a primeira ligação sobre o incidente à 0h39 (hora local), e respondeu em "um ou dois minutos".
Hospitais locais foram alertados para um "incidente com vítimas em massa". A imprensa havia dito que dez pessoas morreram no local, e quatro após serem hospitalizadas.
Ataque
O ataque foi iniciado durante uma cena de tiroteio do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o que aumentou a confusão e o pânico geral, de acordo com testemunhas entrevistadas pela imprensa.
"Nós continuamos a assistir o filme por um momento", disse à ABC uma testemunha, identificada apenas como Jack. Em seguida, após se darem conta que os tiros eram reais, "todos entraram em pânico".
As pessoas começaram a correr em direção a saída do cinema enquanto os policiais chegavam ao local e gritavam "abaixem-se", segundo uma outra testemunha, Banjamin Fernandez, de 30 anos, citado pelo Denver Post.
A presença de muitos fãs fantasiados pode ter facilitado a fuga do atirador para o estacionamento em meio à confusão, e algumas informações indicam que ele também utilizava uma máscara de gás.
Dezenas de carros da polícia e de equipes de socorro foram para o local e cercaram o shopping.
A polícia não forneceu informações sobre as vítimas, mas o filme (recomendado para maiores de 13 anos nos EUA) atraiu um público majoritariamente adolescente e jovem.
Muitos cinemas do país organizaram sessões especiais às 0h00 desta sexta-feira para a estreia do filme, que deve arrecadar milhões de dólares em receitas.
A emissora KDVR, afiliada local da rede de televisão Fox, transmitiu na quinta-feira uma reportagem sobre os milhares de fãs, muitas vezes fantasiados de personagens da famosa história em quadrinhos, se preparando para assistir às primeiras sessões.
Aurora é próxima ao local do massacre de 1999 na escola de Columbine, no qual 13 pessoas morreram e 24 ficaram feridas.
Tiroteio em DenverVoltar
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura