BAGDÁ - Duas autoridades iraquianas foram atingidas por tiros em Bagdá neste domingo. Uma morreu e a outra ficou ferida. Os ataques se deram um dia depois de um atentado suicida ter matado 30 pessoas no Iraque. As vítimas foram atraídas porque o carro-bomba estava disfarçado de ambulante.
No mais recente dos praticamente diários ataques a tiros em Bagdá, muitos deles contra autoridades governamentais, um assessor de gabinete foi morto dentro de seu carro. Em outra ação, um representante da área de comércio foi ferido.
Segundo o Pentágono, 26 mil iraquianos foram mortos ou feridos em ataques dos insurgentes, desde janeiro de 2004. Esse número aumenta a cada dia.
Na primeira estimativa parcial pública das baixas iraquianas, o Pentágono anunciou que mais de 60 são mortos ou feridos por dia por insurgentes. Os dados excluem iraquianos feridos ou mortos pelas forças norte-americanas. O Pentágono disse que não vai liberar dados sobre esses casos.
No ataque de sábado, o homem-bomba estacionou o veículo no centro da pequena cidade xiita de Howaider e, fazendo-se passar por vendedor, juntou um grupo de pessoas ao redor dele, antes de detonar uma grande quantidade de explosivos, segundo a polícia.
Entre os mortos estão vendedores do mercado local e pessoas que desfrutavam a atmosfera festiva do mês sagrado do Ramadã.Ninguém assumiu imediatamente a autoria do atentado, mas o ataque a civis xiitas tem a marca dos militantes sunitas ligados à Al Qaeda. A ação lembra a de seis semanas atrás em Bagdá, quando um homem-bomba atraiu um grupo de xiitas à procura de emprego e matou mais de cem.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse numa entrevista a uma revista alemã, publicada neste domingo, que as forças norte-americanas estão minando a insurgência iraquiana, mas alertou que os atentados podem aumentar durante os preparativos para as eleições parlamentares de dezembro.
A explosão em Howaider se deu um dia depois do fim do prazo para os partidos se registrarem para as eleições. Os Estados Unidos esperam que o pleito consolide o Iraque no caminho para a paz e a democracia, dois anos e meio depois da derrubada de Saddam Hussein.