Em frente ao hospital, velas cercam uma fotografia da deputada Gabrielle Giffords, que foi baleada na cabeça em um evento público| Foto: Eric Thayer/Reuters

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Principal suspeito diz ser militar

Da Redação com agências

Nos sites MySpace e YouTube, um homem identificado como Jared Loughner publicou mensagens contra o governo norte-americano e apareceu até queimando uma bandeira dos Estados Unidos. Ele afirma ser recruta das Forças Armadas.

Nos dois sites, ele publicou mensagens demonstrando sua preocupação com os índices de analfabetismo e disse não confiar no governo, sugerindo que qualquer um pode chamar qualquer um de terrorista. Ele acusa o governo de "controle da mente" e "lavagem cerebral" por meio do "controle da gramática".

Na página do MySpace, que foi tirada do ar minutos após o jovem ter sido identificado, ele incluiu uma mensagem misteriosa de "Adeus amigos", publicada horas antes do ataque, além de um pedido: "Por favor, não fiquem bravos comigo". A mensagem teria ido ao ar por volta das 17h, segundo o site AZCentral.

Fotos no MySpace mostram um revólver automático em cima de um livro ou papel com o título "História dos EUA", segundo o site. Outras fotos mostram uma mensagem codificada, o rapaz na rua e um close de seu rosto.

A polícia americana divulgou ontem a foto de um segundo homem que pode ter participado também do ataque. A imagem, captada por uma câmera de vigilância, é de um sujeito branco, de cabelo escuro e idade entre 40 e 50 anos.

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A cronologia do ataque

Segundo testemunhas, médicos e a polícia:

- Gabrielle Giffords começa o encontro com eleitores às 10h locais (15h no horário de Brasília).

- O suspeito entra no local às 10h10, carregando uma pistola semiautomática.

- O atirador caminha até o fim de uma fila de cerca de 30 pessoas diante da deputada.

- São ouvidos de 15 a 20 disparos em várias direções e as pessoas entram em pânico.

- Um projétil atinge a cabeça da deputada no lado esquerdo.

- O suspeito é imobilizado por dois seguranças e levado à prisão.

Fonte: Folhapress

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Um atirador disparou contra a deputada democrata Gabrielle Giffords e acertou outras 17 pessoas no último sábado, em um evento político em frente a um supermercado de Tucson, no Arizona (EUA). Jared Loughner, de 22 anos, foi apontado como sendo o principal suspeito. Ele foi indiciado por cinco crimes: duas acusações de homicídio em primeiro grau e três por tentativa de homicídio. O atirador feriu 12 pessoas e matou seis, incluindo uma menina de 9 anos e o juiz federal John Roll.

Um tiro atravessou a cabeça de Gabrielle, de 40 anos. Até o fechamento desta edição, ela estava em estado grave, mas, segundo o médico Peter Rhee, em entrevista coletiva, estava "respondendo a comandos".

O evento de que Gabrielle participava, chamado "O Congresso na sua Esquina", colocava os eleitores em contato direto com a parlamentar.

Recuperação

Os médicos disseram que estão "cautelosamente otimistas" sobre o estado de saúde de Gabrielle.

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Rhee, chefe de traumatologia do hospital, explicou que, devido à neurocirurgia e ao uso de aparelhos para respirar, Gabrielle não pode falar. Porém, ela "é capaz de se comunicar seguindo comandos simples", como apertar a mão de alguém ou mostrar dois dedos, explicou Michael Lemole, chefe de neurocirurgia.

O projétil atravessou o cérebro do lado esquerdo, entrando por trás da cabeça e saindo pela frente, mas sem passar de um hemisfério do cérebro para outro – o que é considerado positivo. Graças à rápida intervenção das equipes de emergência, a deputada foi operada apenas 38 minutos depois do ataque.

Durante a cirurgia, foi contida a hemorragia, "que não era muito grave", foi retirado o tecido danificado e também uma porção do crânio – que deve ser reimplantada posteriormente – para evitar que o cérebro fosse comprimido e sofresse mais danos.

"A principal preocupação agora é a inflamação do cérebro", disse Lemole.

Dada a natureza devastadora do ferimento, os médicos disseram que não tinham certeza da extensão dos danos cerebrais sofridos pela deputada.

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O lado esquerdo do cérebro é responsável pela habilidade da fala e das sensações, explicaram os médicos, que não quiserem especular sobre possíveis sequelas.

"Esta é a melhor situação em que ela poderia estar. Quando alguém recebe um tiro na cabeça e a bala atravessa o cérebro, as chances de sobreviver são muito pequenas, e a chance de acordar e inclusive de obedecer a comandos é ainda menor. Com um pouco de sorte, ela continuará assim", disse Rhee.

Repercussão

Em comunicado, o presidente Barack Obama rechaçou o ataque como "uma tragédia inenarrável".

"Não temos todas as respostas ainda. O que sabemos é que um ato de violência tão insensato e terrível não tem espaço em uma sociedade livre."

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A secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, também condenou o ataque e disse estar muito triste com o incidente. O Departamento de Segurança Interna está dando apoio ao FBI (polícia federal americana) e à polícia local, que comandam as investigações.