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O cirurgião-chefe no hospital que cuida das vítimas no massacre contra o acampamento dos adolescentes na Noruega, Colin Poole, disse que o atirador usou balas especiais projetadas para se desintegrarem nos corpos das vítimas e provocarem o máximo de danos físicos internos, as chamadas balas 'dum-dum'. Pelo menos 85 pessoas foram mortas na última sexta-feira, quando o atirador disparou indiscriminadamente contra as vítimas. O suspeito é o norueguês Anders Behring Breivik, de 32 anos.
O doutor Colin Poole, chefe de cirurgia do Hospital Ringriket, em Honefoss, no noroeste de Oslo, disse que cirurgiões que cuidam de 16 vítimas não conseguiram recuperar balas inteiras. "Essas balas explodem dentro dos corpos das vítimas. Elas provocam danos internos terríveis". Especialistas em balística dizem que as balas "dum-dum" são mais leves e podem ser disparadas com maior precisão, a partir de distâncias variáveis.
Autoria do crime
O radical de direita que admitiu responsabilidade no ataque a bomba e no tiroteio de sexta-feira afirmou ter agido sozinho, disse a polícia da Noruega nesse domingo.
"Ele admitiu ambos os atentados, a explosão e o tiroteio, mas não admite culpa criminal", disse o chefe de polícia Sveinung Sponheim, em uma entrevista , sobre o suspeito Anders Behring Breivik.
"Ele disse que estava sozinho, mas a polícia precisa verificar tudo o que ele disse. Algumas das testemunhas do tiroteio nos deixaram inseguros quanto à possibilidade de haver um ou mais atiradores", disse.
Sobreviventes
Sobreviventes do tiroteio em uma ilha ao norte da Noruega disseram que se esconderam e fugiram nadando da ilha para escapar do atirador. As vítimas descreveram o episódio como um "banho de sangue". "Não havia para onde fugir, apenas a água, e quando as pessoas tentavam nadar, ele atirava nelas", disse Dana Barzingi em entrevista à emissora norueguesa NRK.
Em entrevista ao jornal Dagbladet, Torbjorn Vereide, de 22 anos, disse que o atacante atirava duas vezes em cada vítima, para ter certeza que ela estava morta. "Ele parecia muito concentrado. Ele agiu com calma e escolhia as vítimas uma por uma. As pessoas estavam deitadas no chão e ele passava por cima delas e então atirava em suas costas."
Vereide disse que ele se escondeu do assassino num local perto da margem, juntamente com outros jovens. "No início, havia cerca de 30 pessoas lá. Quando o atirador terminou de disparar, apenas cinco de nós ainda estavam vivos."
O ataque ocorreu após uma explosão no centro de Oslo, onde sete pessoas morreram. As autoridades ainda não identificaram a razão do ataque, mas disseram que o suspeito visitou sites de fundamentalistas cristãos e pertenceu à juventude de um partido de direita. A polícia afirmou que o atirador falou sobre o episódio e admitiu ter feito os disparos na ilha. Segundo os policiais, ele contratou um advogado, mas seu defensor não quer que seu nome seja divulgado.
A despeito do choque provocado pelos ataques, a Noruega não elevou o nível de alerta para atentados na capital e na ilha de Utoya, informou o Ministério de Justiça. O ministro Knut Storberget acrescentou que o governo mantém uma comunicação constante com a polícia e que continua avaliando a situação. "O debate sobre o nível de alerta prossegue".
Os vídeos foram feitos por Christian Aglen que trabalha em um site de notícias na Noruega