A mulher que ajudou no ataque a tiros em San Bernardino, Califórnia, prometeu lealdade ao Estado Islâmico em um post no Facebook, de acordo com o FBI, a polícia federal americana.
Não há evidências de que a facção terrorista dirigiu a mulher, Tashfeen Malik, e seu marido, Syed Rizwan Farook, a realizar o ataque, que deixou 14 mortos e 21 feridos, disseram as autoridades, que falaram sob condição de anonimato pelo fato de a investigação estar em andamento.
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Leia a matéria completa“Por enquanto, acreditamos mais que eles se radicalizaram sozinhos e foram inspirados pela milícia do que receberam ordens para fazer o crime”, disse uma das autoridades.
O post foi retirado da rede social e não está claro quando os oficiais federais o obtiveram.
Investigação
Agentes explicaram que a possibilidade de ligação com jihadistas foi levantada após evidências de que Syed Rizwn esteve em contato, durante vários anos, com extremistas islâmicos dentro e fora dos Estados Unidos. Além disso, um arsenal com mais de cinco mil cartuchos para pistolas, rifles e fuzis, além de 12 bombas caseiras, foi encontrado na residência do casal responsável pelo massacre.
De acordo com agentes do FBI, que falaram sob a condição de anonimato, Syed Farook esteve em contato inclusive com uma pessoa nos EUA que era investigada pelas autoridades federais por suspeita de terrorismo nos últimos anos.
O casal de atiradores foi morto horas após a chacina, em troca de tiros com policiais num subúrbio residencial de San Bernardino, quando tentava fugir numa caminhonete preta alugada antes do crime.
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Leia a matéria completaPatrick Baccari, colega de trabalho de Farook, disse que estava sentado na mesma mesa do atirador durante uma confraternização de fim de ano no centro, quando ele “desapareceu de repente”. Há relatos de que teria saído “aborrecido”. Baccari disse que, quando Farook voltou com a mulher e começou o tiroteio, ele ficou escondido num banheiro e sofreu ferimentos leves por estilhaços que atravessaram a parede.
“Se eu não tivesse ido ao banheiro, provavelmente estaria no chão, morto”, contou Baccari, acrescentando que o tiroteio durou cinco minutos.
Farook foi descrito pelo colega de trabalho como reservado, que disse ainda não ter notado sinais de comportamento incomum. “No início do ano, ele viajou para a Arábia Saudita, por cerca de um mês, e voltou com uma mulher. Depois, deixou a barba crescer”, complementou Baccari.
Já Kuuleme Stephens perdeu o amigo Nicholas Thalasinos, de 52 anos, no tiroteio. Em entrevista à revista “Time”, ela contou que Thalasinos lhe revelou que tivera uma discussão com Farook duas semanas antes da chacina, em que o autor do massacre disse que o Islã era pacífico e que os americanos não compreendiam a religião.
Kuuleme acrescentou que ambos trabalhavam juntos e que, regularmente, discutiam política e religião, e que Thalasinos era judeu e contundente defensor das causas pró-Israel.
Por sua vez, um dos imãs da mesquita Dar Al Uloom Al Islamiyah, em San Bernardino, que era frequentada por Syed Farook, afirmou não ter detectado sinais de radicalização no atirador nas últimas semanas. O imã Mahmood Nadvi, de 39 anos, encarregado de conduzir as leituras na mesquita, condenou a chacina.
“Os atos que vimos não representam o que diz o Corão: mataram irmãos e irmãs”, disse.
De acordo com os registros do divórcio dos pais de Farook, o atirador cresceu numa família marcada pela violência, com a mãe acusando o pai de ser violento e alcoólatra. A mãe de Farook, Rafia Sultana, alegou, em 2006, que o marido, também chamado Syed, a agredira enquanto os filhos estavam presentes, chegando a atirar um aparelho de TV contra ela e a jogando contra um carro.
Rafia também relatou ter sido forçada a sair de casa com três dos filhos porque o marido a assediava “verbal e fisicamente, e se recusou a sair de casa”.
Farook tinha ascendência paquistanesa. Segundo a investigação do FBI, ele fez uma viagem à Arábia Saudita, de onde voltou com a mulher, Tashfeen Malik, que tem passaporte do Paquistão, com visto de “noiva”, para casamento em território americano em até 90 dias.
Segundo o FBI, não se sabe ainda se os dois passaram por outros países na viagem. Antes de eles saíram para cometer a chacina, deixaram a filha, de apenas 6 meses, com a mãe dele, alegando que iam a uma consulta médica.
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